4 - Lisboa, dia 2
Chegamos
a Belém. Começamos pelo Mosteiro dos Jerônimos. Bonito, mas não
resolvemos entrar, só tiramos fotos na entrada. Fomos em direção ao
Padrão dos Descobrimentos. Passamos antes por uma pracinha bem
agradável, onde paramos para fotos e um descanso. Chegamos ao Padrão dos
Descobrimentos, um monumento com vista panorâmica, nas margens do rio
Tejo. Valeu a pena, por apenas 2,50 euros subimos de elevador e tivemos
uma vista legal da cidade. Descemos, partindo em busca da Torre de Belém. Pedimos informação a uma
portuguesa, que nos indicou a direção errada. Mais tarde nos
lembraríamos que a Torre era pertinho do Mosteiro dos Jerônimos, não
havia o que errar. Cansados de procurar, resolvemos voltar e ir num
restaurante indicado por alguém do Fórum Mochileiros, o restaurante
Espaço Camões. Boa indicação, comemos um Robalo e um Salmão, ambos bem
temperados e gostosos, acompanhados de legumes e um dos poucos sucos de
laranja realmente naturais na Europa. Dispensamos o pãozinho oferecido
para não pagarmos a mais, como sugerido. A conta veio barata, algo
inferior a 20 euros para o casal, se não me engano.
De lá, na mesma rua, fomos na famosa Pastelaria de Belém. Pegamos o 28 e
saltamos em Estrela, onde pelo Google Maps estaríamos a uma curta
caminhada do 28 elétrico, um bondinho das antigas que faz um trajeto bem
turístico. Bem, Google Maps pregou uma das inúmeras peças (mais estaria
por vir), pois a rota era uma subida interminável. Chegamos lá mortos
de cansaço. Visitamos uma igreja, a Catedral da Estrela, onde havia
acabado de acontecer um casamento. Em frente, pegamos o 28 elétrico
lotadíssimo. Por isso não chegou a ser uma viagem agradável.
Andamos
até a Catedral da Sé e dali pegamos mais uma subidinha pro Castelo de
São Jorge. Já mortos, destruídos, finalmente chegamos. Não tem nada de
castelo, mas é legal ainda assim. Basicamente é um parque murado, com
lindas vistas.
Praça do Comércio, vista do Castelo.
Ponte do Castelo:
No
dia seguinte pedimos um taxi e tivemos um aborrecimento, falo com mais
detalhes desta parte chata no blog. Assim termina nossa experiência em
Lisboa, cidade bonita, com um bom balanço entre história e modernidade,
mas com um povo que ainda pensa que é metrópole e nós somos colônia.
Dicas de Lisboa:
-
Procure se hospedar perto do centro histórico e de uma estação de
metrô. O táxi até lá não é tão caro. Fica mais caro ficar perto do
aeroporto, como eu fiquei, pois a área não é considerada Lisboa. A
cidade é das mais baratas da Europa pra se comer e se hospedar.
-
Não pense que você está seguro de "falar português". O português de lá é
quase uma língua à parte e há várias palavras que possuem significados
diferentes. Compre um guia de turismo de lá, geralmente no final vem uma
parte destacando estas diferenças.
- tanto o transporte público
quanto o taxi são baratos. Os ônibus e metrôs são bem conservados e
respeitam horários, recomendo imprimir o mapa do metrô e os horários e
pontos das linhas de ônibus que irá usar. Você os consegue no site http://www.carris.pt
5 - Veneza dia 1
A
chegada ao aeroporto de Veneza foi caótica. Tínhamos que pegar os
bilhetes do vaporetto pass e Alilaguna, ambos reservados com
antecedência. Pedimos informação a um guarda, que falava italiano meio
pra dentro, mas deu pra ter uma noção de onde era. No guichê do
Vaporetto Pass um funcionário nos recebeu em seu inglês macarrônico e
conseguimos resgatar o passe, mas não entendemos bem onde pegaríamos os
bilhetes do Alilaguna, o transfer do aeroporto pra ilha Veneza-Lido.
Rodamos
pra lá e pra cá várias vezes, até finalmente entendermos que deveríamos
percorrer um longo corredor bem afastado do saguão do aeroporto para
acharmos a bilheteria. Tudo é mal sinalizado, daí a confusão. Após
pegarmos o bilhete e validarmos, mais confusão. Ficamos numa estação
lotada de turistas perdidos, sem saber se estávamos no lugar certo. Mas
estávamos. Pegamos o barquinho, que por algum motivo foi bemmm devagar.
Chegamos
em Lido. A ilha é bonitinha e arrumada. Estávamos mortos de fome, então
comemos no primeiro restaurante que vimos. Comida horrível e cara. Ali
descobrimos que os sucos da Europa em geral são artificiais e horríveis.
Não tivemos problemas com o atendimento.
Saímos pra conhecer
Veneza, pegando o vaporetto pela primeira vez. É agradável andar nele.
Saltamos na Piazza San Marco e começamos a andar. Veneza é muito linda e
charmosa. A Piazza San Marco é fantástica, cheia de vida, pessoas
deslumbradas e muitos pombos.
Vídeo do início da Praça, com o
Palazzo Ducale à direita, à esquerda o Campanário e, em frente, a
lindíssima Basílica de San Marco.
Restaurante tocando “Brasileirinho” e uma breve vista da Praça, com seus inúmeros pombos.
Andamos sem rumo pelas ruelas, parando para ver as gôndolas

Andamos bastante sem rumo, até chegar a hora de irmos embora.
De
lá, sabia que deveríamos pegar a linha 1 ou 2 para voltarmos ao hotel,
só não sabia exatamente a direção. Meu mapa estava em preto e branco, de
modo que havia uma confusão das linhas. É fortemente recomendado
imprimir um mapa colorido. Além do mais, demoramos a entender como
funcionava o sistema de identificação das linhas na estação. Após uma
estação, percebi que pegamos o vaporetto na direção errada, na direção
em que percorreríamos o Grande Canal. Mas foi um erro muito bem vindo,
pois aproveitamos o passeio. Demos a volta por todo o canal e saltamos
novamente na Piazza San Marco, onde pegamos o vaporetto certo para Lido.
Com o passe é tudo tranqüilo, pois você pode pegar quantos vaporettos
quiser.
Veneza dia 2
Nesta
manhã tínhamos o itinerário secreto do Palácio Ducale reservado para as
10:45, de modo que não poderia haver atrasos. Saímos com antecedência,
pegamos o vaporetto. Porém, descobrimos que aquele daria a volta em toda
a ilha, em vez de ir direto para o grande canal. Não daria tempo. Ao
percebermos isso, estávamos quase do outro lado da ilha, perto de onde
se pega o vaporetto pra Murano. Eram mais ou menos 10:15. Minha esposa
queria desistir do Ducale. Era uma decisão até racional, pois estávamos
num lugar desconhecido, numa ilha onde é normalíssimo as pessoas se
perderem. Além do mais, não havia placas e o local era pouco turístico.
Mas
eu estava obstinado a chegar. Confiei nas referências, pois eu tinha o
mapa das linhas do vaporetto, que nos mostrava mais ou menos onde
estávamos e a direção aproximada que deveríamos seguir, tendo o rio como
referência. Andamos bem rápido e aos poucos as placas começavam a
aparecer. Nem todas eram bem indicadas, chegamos a nos perder um
pouquinho, mas chegamos ! Havia uma fila imensa. Como tínhamos reserva,
fui direto lá pra frente e fui perguntando aos funcionários para onde
ir. Foram indicando. Acho que furamos fila “sem querer, querendo”, pois
todas as vezes havia uma fila, mas acabamos sendo atendidos
imediatamente ao mostrarmos o papel da reserva. Ao chegarmos no pátio, a
guia estava terminando uma explicação. 30 segundos depois, começou a
visita !
Creio que vale a pena a visita. Por apenas 4 euros a
mais do que o ingresso normal, não enfrentamos fila, pegamos 1h30 de
visita guiada num trajeto que não é acessível para os demais visitantes.
Ouvimos explicações interessantes sobre a história do Palácio e de
Veneza. Muito também se falou de Casanova, um sujeito que foi preso no
Palácio Ducale na época em que Veneza era um estado independente. As
histórias sobre ele são interessantíssimas, o cara virou uma espécie de
herói popular e tem até um museu sobre sua vida. Não é permitido fotos
por todo o itinerário secreto, mas tirei umas roubadas.
O
fim da visita ao itinerário secreto já te deixa dentro do Palácio.
Fomos conhecer o local, que é interessantíssimo. Lá também não pode
tirar fotos, mas é óbvio que tirei mais umas roubadas.
O
lugar é bem bonito, vale a pena. É enorme. Saímos mais ou menos 13h30
porque já estávamos com muita fome. Na saída, ainda pedimos em italiano
para um casal tirar fotos, até descobrirmos que eram brasileiros ! Isso
se repetiu algumas vezes na viagem. Saímos e fomos andar. Passamos pela
Torre Dell’Orologio, muito bonita
Minha esposa ficou louca pelas vitrines, cheias de máscaras bonitas.
Trabalhos em vidro, normalmente vindo de Murano
Achamos
um cantinho afastado do corre-corre, onde paramos para comer dois
sanduíches e descansar. Andamos mais, tomamos um gelato maravilhoso,
atendidos por uma gordinha simpática. Mais tarde descobriríamos que esta
era uma das melhores sorveterias da viagem. Continuamos a caminhar, até
percebermos que andamos em círculos e paramos no mesmo cantinho, que
batizamos de nosso.
Passeamos mais um pouco pela cidade e
voltamos para a visita à Basílica de São Marco, pois eu havia reservado a
entrada por 1 euro cada, o que evitaria fila. Infelizmente eu me
confundi, achando que a reserva era pra 16h, mas era pras 15h. Tivemos
que enfrentar a fila. Não era nada muito grande na época em que fomos. A
Basílica é bem bonita, vale a visita.
Fomos pro outro lado do
canal, conhecer a Basílica de Santa Maria Della Salute, que rendeu
lindas fotos para nós. Lindíssima por fora, provavelmente também era
linda por dentro. Na hora que fomos já estava fechada. No rio passava um
gondoleiro cantando e em troca provavelmente arrancando muitos euros
dos coroas, que olhavam fascinados como crianças.
Dali resolvemos
andar pelo outro lado do canal. Gostamos muito, é mais vazio e menos
turística, mais autêntica. Entramos num beco onde tivemos um daqueles
momentos espetaculares de uma viagem. Um violinista sentado num canto
escuro tocava a trilha sonora de O Poderoso Chefão. Aquilo se integrou
ao ambiente numa harmonia fantástica, a sensação foi indescritível.
O outro lado do Grande Canal tem seus atrativos, apesar de menos turístico. Em Veneza, até os “caminhões de lixo” são charmosos:
Pegamos
um vaporetto voltando para a Piazzale San Marco e andamos mais um pouco
pela cidade e voltamos às 18h, com o objetivo de ver o pôr do sol no
Campanário. Infelizmente não me lembrei de checar o horário de
fechamento e ao chegarmos estava fechado. Tiramos mais umas fotos da
beleza que é Veneza ao pôr do sol
Pegamos
o vaporetto para voltar para o hotel e tomar um banho, pois já
estávamos podres. Tomamos um banho e voltamos pra estação de Lido, para
pegarmos o vaporetto #1, que percorre todo o Grande Canal. É bem
recomendado, uma boa alternativa ao passeio de gôndola. Você passa por
vários pontos turísticos. Passamos pela Ponte Rialto, Ca D’oro, Casino
di Venezia, onde parte do filme O Turista foi filmado e muitas outras
atrações. Saltamos no último ponto, na Piazzale Roma, que ainda não
havíamos conhecido. Já estava tarde e bastante frio, de modo que não
demoramos muito lá.
Ao voltarmos, ajudamos um casal de turistas
americanos totalmente perdidos a chegar na estação Ca D’Oro. Ficamos com
pena. O sujeito estava hospedado em Murano, pegou um vaporetto errado e
foi parar do outro lado de Veneza. Pegamos nosso vaporetto de volta
para o hotel, tiramos mais umas fotos e encerramos nosso dia, já bem
tarde.
Dicas de Veneza:
- nunca se esqueça de validar seus
bilhetes, o que é feito numa máquina amarela na entrada. Não vi
fiscalização, mas a multa é pesada se pegarem.
- Pra mim valeu
muito a pena comprar o passe pro Vaporetto (chamado de "Venice
Connected"). É muito cômodo pegar na hora que quiser quando estiver
cansado e o passeio é bem agradável. Eles passam com bastante
frequência. Comprando o passe com antecedência na internet é mais
barato, você só precisa ir em um dos guichês listados no site e
retirá-lo. O site é esse aqui: http://www.veniceconnected.com/
-
imprima um mapa colorido dos vaporetto e o estude com antecedência,
entendendo como funcionam as linhas. Anote as linhas principais, que são
a 1 (percorre todo o canal) e o de Murano (esqueci o número, pois não
fomos pra lá).
-
Não subestime Veneza. O consenso geral no forum é que há pouco o que se
ver, geralmente se recomenda 2 ou 3 dias pra lá. Mas Veneza não é pra
meramente ver atrações, mas pra curtir com calma o charme do lugar.
-
Leve o mapa mais detalhado possível e não confie no seu GPS, nem sempre
funciona bem lá. Evite reservar hoteis em locais meio escondidos, pois
você pode ter dificuldade de chegar lá com malas, desviando da multidão
andando pelas ruas estreitas.
- Recomendo chegar a Veneza de
trem, não de avião. A estação de trem fica dentro da cidade, é tudo mais
cômodo. Aliás, recomendo evitar pegar avião na Itália, os aeroportos
não são bons e os funcionários não tomam cuidado com as malas.
Roma, dia 1
Chegamos
em Roma por volta de 9h30. Esperamos um bom tempo até pegarmos as
malas, pois o aeroporto concentra as bagagens de vários vôos diferentes
numa mesma esteira. Partimos em busca do Sitabus, o ônibus que parte do
aeroporto e para na Piazza Cavour e Termini. Pegamos um engarrafamento
grande, demorou para chegar. Saltamos na primeira estação e andamos um
bom pedaço até o hotel.
Fizemos o check-in sem problemas,
atendidos por uma funcionária bem simpática. Saímos para comer no
Burguer King, pertinho do hotel e depois voltamos para nosso quarto, de
onde não saímos mais o dia todo. Estávamos cansados demais pelo fato de
acordarmos muito cedo e estarmos com cansaço acumulado dos outros dias.
Tiramos um tempinho para nós.
Roma, dia 2
No
dia seguinte tivemos que alterar o roteiro original para podermos ver
ao menos algumas das principais atrações de Roma. Naturalmente, acabou
ficando um pouco corrido. Fomos para a estação de metrô comprar o Roma
Pass e já o utilizamos para pegar o metrô até a Galleria Borghese,
reservada para às 9 da manhã. Usamos o GPS para nos orientarmos na Villa
Borghese, enorme parque onde está situado o museu e se não fosse por
isso teria sido um pouco difícil, já que a sinalização é muito ruim a
partir da estação Piazza di Spagna, onde havíamos saltado.
No
papel da reserva faziam um terrorismo de que você tinha que chegar meia
hora antes para resgatar seu bilhete ou o perderia, mas o setor mesmo só
abriu uns 20 minutos antes e não havia um controle sobre isso. Exigiram
que deixássemos nossas coisas na entrada, inclusive câmeras, mas depois
descobrimos que se passássemos com a câmera escondida não haveria como
descobrissem.
O museu é legal, fácil de visitar, pois é bem
distribuído e relativamente pequeno em relação aos grandes museus. Vimos
várias obras interessantes. Não optamos por alugar áudio-guia, pois era
muito caro. Algo entre 5 e 8 euros se não me engano. O tempo de visita
foi bem adequado, algo em torno de 2 horas.
Chegamos na estação
Barberini, pegamos o metrô usando o Roma Pass e saltamos na Termini,
onde fomos conhecer o Coliseu. Gostamos de lá, é realmente
impressionante.
Saímos
de lá, tiramos fotos no Arco de Constantino e partimos em direção ao
Fórum. Estávamos com muita sede, mas resistimos à tentação de comprar
água a 2 euros. Isso foi essencial, pois dentro do Fórum há fontes com
água potável de graça.
O Fórum foi um pouco decepcionante, pois
está tudo muito destruído. Fica difícil imaginar como era. E o lugar é
muito vasto, de modo que nos cansamos muito rapidamente. Estávamos tão
cansados e famintos que não conseguimos sequer conhecer o Palatino.
Partimos em busca de um lugar para almoçar.
No
caminho, passamos pelo Monumento Vittorio Emanuelle, pelo Fórum de
Trajano e pela Chiesa Ss. Nome di Maria. Por todo esse tempo tudo o que
vimos foram quiosques que cobravam preços exorbitantes e nos recusamos a
ficar por lá. Andamos um pouco mais e achamos um restaurante.
Continuamos
andando, passando pelo Palazzo Barberini, já um pouco perdidos, até que
por acaso chegamos a algo que descrevi parecer um monumento
deslumbrante. Ao nos aproximarmos, constatamos que era a Fontana de
Trevi. De fato, maravilhosa. Um dos pontos mais bonitos da cidade.
Ficamos
ali por um tempo curtindo o local, abarrotado de turistas e de indianos
chatíssimos que se ofereciam “gentilmente”para todos os turistas para
tirarem fotos deles. Obviamente, nada é de graça e recusamos. Minha
esposa cumpriu o protocolo e jogou uma moedinha de 2 centavos, que
renderá 2 milhões de euros no futuro, quando o desejo for realizado.
Saímos de lá e passamos pela Piazza Barberini. Em seguida, chegamos ao
Pantheon. Muito bonita a igreja, imponente. A Piazza della Rotonda, onde
fica o Pantheon, também é legal.

Em
seguida, caminhamos mais e paramos na Piazza Navona. Bonita, com uma
fonte bem legal, a Fontana dei Quattro Fiumi. Lá um sujeito tocava com
muito talento sucessos do rock, como Dire Straits e Eric Clapton, dando
um toque especial ao local. Nesta mesma praça está a embaixada
brasileira.
Resolvemos
voltar para a Fontana de Trevi, pois é perto da estação de metrô e
seria legal revê-la de noite. Foi uma boa experiência, é iluminada e
cheia de vida.
Saímos, fizemos uma parada rápida na Fontana del Tritone e voltamos pro hotel, podres de cansaço.
Roma, dia 3 (Vaticano)
Logo
pela manhã, às 9:45, fomos para a visita às escavações, passeio à
parte, que precisa ser reservado com muita antecedência. É bem legal, o
guia te explica muito sobre a história do local. Não é possível tirar
fotos, mas tirei umas roubadas. 90 % ficaram horríveis. Numa sala havia
túmulos de povos pagãos, com o local devidamente decorado por eles.
Teria vindo dali a inspiração para a nossa bandeira ? Note a semelhança
A
visita termina dentro da Basílica de São Pedro, o que te poupa filas
absurdas. A basílica é bem bonita, creio ser a igreja mais bonita de
Roma.

Resolvemos
subir a cúpula, experiência da qual nos arrependemos muito. Na fila
para comprar os ingressos havia lindos mosaicos ilustrando fatos
bíblicos. Mesmo optando pelo elevador, você ainda tem muitos degraus pra
subir. Uma escadaria estreita e muito mal ventilada, abarrotada de
pessoas. Não recomendo. A vista não vale isso tudo.

Praça do Vaticano
Acabamos
perdendo mais tempo na subida à cúpula do que imaginávamos e ainda
estávamos mortos de fome. Voltamos para o hotel para comermos algo (era
relativamente perto). Havíamos reservado o Museu do Vaticano para 13:30,
mas chegamos só 14:30. Não houve problemas, o fiscal sequer olhou para o
bilhete, apenas passou o leitor de código de barras. O museu é bem
legal, mas é muito grande e as obras estão muito condensadas. Você fica
meio perdido, sem saber o que ver. Alugamos áudio-guia, mas não ajudou
muito. O museu é imenso.


Chegamos
já mortos de cansaço na Capela Sistina. Lá é proibido tirar fotos mesmo
sem flash. Os fiscais ficam o tempo todo falando “no flash, no photo”
enchendo o saco. Mas é claro que eu não sairia de lá sem essa
recordação.

Me
senti um pouco decepcionado, pois é menor do que imaginávamos em termos
de extensão e o teto é muito alto. Você enxerga com muito menos nitidez
do que nos livros. Além de lotadíssima, não pode tirar fotos. Já
estávamos tão cansados que acabamos não ficando por ali. Já estava tarde
para ir ao Castelo di Sant’Angelo. Voltamos para o hotel e assim
termina nosso passeio em Roma, pois o dia seguinte era de acordar cedo.
Dicas de Roma:
- Reserve o ufficio Scavii com muitos meses de antecedência. Não é difícil. As instruções estão no site http://www.vatican.va/roman_curia/insti ... 12_en.html
. Pode escrever em inglês mesmo. Vale não só pelo passeio, mas pra
evitar as filas da Basílica de São Pedro. Não recomendo o passeio se
você for claustrofóbico ou se tiver problemas com lugares muito
abafados.
- Roma Pass normalmente vale a pena, não só pelas duas
atrações gratuitas e descontos nas demais, como pelo transporte público
gratuito. Não é ruim como dizem, andamos de metrô numa boa por lá. Nada
que quem more por aqui já não tenha visto. O site do Roma Pass é esse
aqui http://www.romapass.it
- Da mesma forma que Veneza, recomendo chegar a Roma de trem, pois a estação é bem central.
-
A cidade é fácil de se andar a pé, as atrações estão todas próximas
umas das outras. Por isso, não se prenda a hospedagem em Termini.
Ficamos perto do Vaticano e foi muito tranquilo. Trastevere também
parece uma opção legal, mas tem a desvantagem de não ter metrôs por
perto.
- comer na Itália é pra quem gosta e pode comer massas.
Fugiu disso, se prepare para pagar caro. Mas se ficar só nas massas você
gasta bem pouco, normalmente enchendo a pança por menos de 15 euros por
pessoa, bebida incluída.
- o Forum romano é imenso, não tente
ver tudo. Nem sei se valeria mesmo a pena, pois depois de um tempo tudo
parece muito igual. Igualmente destruído. E olha que sou apaixonado por
história.
- Em Roma há várias fontes com água mineral potável,
então carregue sempre uma garrafinha com você. Se não achá-las, compre
no supermercado, pois agua nos quiosques são caras demais, como falei.
Sul da Itália - Herculano
O
trem para Nápoles estava marcado para 7:30. Na estação houve alguma
confusão para saber se deveríamos trocar o papel reservado pela internet
por um bilhete ou não. Já imaginava que não seria necessário, mas como
era a primeira viagem, queria confirmar. Ninguém sabia dar a informação,
nem mesmo alguns funcionários. Até que finalmente conseguimos falar com
um fiscal que nos orientou a apenas mostrar o papel para o fiscal,
quando solicitado. Entramos no trem.
A viagem transcorreu sem
problemas e sem atrasos. Na estação de Nápoles, um pouco mais de
confusão. Não sabíamos exatamente onde comprar o ticket Artecard Plus
"tutta la regione 3 days", que dá direito a duas atrações grátis (das
quais escolhemos Herculano e Pompéia) além de transporte público
gratuito em toda a região da Campania por 3 dias. Mais tarde descobrimos
que não é bem assim, os ônibus de Sorrento não estão incluídos no
passe, apesar de ser transporte público na região. Acabamos achando o
escritório de turismo, que estava fechado. A funcionária abriu com algum
atraso, o que nos custou a perda do próximo trem direto. Compramos o
bilhete e meia hora depois conseguimos pegar o caído trem da
Circumvesuviana, em direção a Sorrento.
Passamos por um grande
perrengue. Apesar de estarmos na mesma plataforma (chamada “binário” em
italiano) indicada pelo painel, veio um trem escrito “baiano” na frente.
Pegamos o trem. Após olhar o painel de linhas, vimos que “baiano” não
era a nossa linha.
Pensamos, “fodeu”. Perguntei a um senhor, que nos disse que o trem ia pra Sorrento mesmo. Que alívio.
Saltamos
na nossa estação em Sant’agnello, cidadezinha bem próxima de Sorrento.
Fizemos o check-in no hotel, recebidos por Paolo, funcionário simpático
até demais, beirando à artificialidade. Também pensei que ele poderia
simplesmente ser bicha. Mas nos deu todas as orientações que precisamos e
nos indicou um restaurante, onde fomos almoçar, além de uma companhia
de turismo que agendava a excursão para a Costa Amalfitana.
Normalmente
não aceitaria indicações de restaurantes vindas de donos de hotel, pois
sempre há um conchavo. Abrimos exceção, pois os reviews no Booking
diziam que o funcionário deu ótimas recomendações. Bem, descobrimos que
este hotel não fugia a regra. O restaurante recomendado era ruim,
atendimento seco e demorado, comida sem tempero e que não chegava a ser
bem barata.
Reservamos nosso passeio para a Costa Amalfitana e
resolvemos pegar o trem para Herculano. Apesar de estarmos com o passe,
nao havia máquinas para passá-lo, o fiscal mandou seguir direto para a
plataforma. É meio bagunçado assim mesmo e creio que muita gente pega
trem de graça por ali. Pegamos o trem. O vinho do almoço e o fato de
termos dormido pouco no dia anterior nos deu uma grande indisposição,
ficamos com um sono exagerado. Mesmo assim, deu pra aproveitar o
passeio.
Entramos
em casas com afrescos, colunas e esculturas. Em uma delas havia um
fóssil com esqueletos de um casal de aproximadamente 20 anos e um jovem
de 15 anos, na posição em que morreram, abraçados, protegendo as cabeças
e os rostos com as mãos. Os pisos das casas estavam bem conservados.
Nosso
passeio não foi com guia, mas, segundo um que estava oferecendo os seus
serviços no local, calcula-se que tenha sobrado apenas um quarto da
cidade após a erupção do vulcão Vesuvio. As ruínas de Herculano estão
muito bem conservadas porque a cidade foi soterrada predominantemente
por magma, e não por cinzas, como Pompéia.
As
ruínas são legais e é uma visita relativamente rápida, em poucas horas é
suficiente. Mas a cidade em si é feia demais e tem pouca estrutura, em
plena sexta de tarde o comércio estava quase todo fechado e mal
conseguimos achar um gelatto.
Dicas:
- Logo na saída da
estação de trem, há uma van oferecendo transporte por 3 euros para as
ruínas. NÃO PEGUE ! É o maior roubo que já vi. Pra chegar lá, você
apenas segue em frente por 500 metros e chegou. Quase pegamos a van e o
pior, quase a seguimos, quando vimos que ela dobrou numa outra rua. Mais
tarde descobrimos que ela faz isso pra enganar turistas otários, que
teriam a impressão de rodarem muito e acharem que a van valeu a pena.
Por sorte resolvemos pedir informação e fomos andando até lá.
-
evite programar deslocamentos bem cedo. Na teoria é lindo, você fica com
o resto do dia pra "aproveitar". Mas na prática você já vai estar
cansadíssimo, doido pra dormir mais, mas está com aquela obrigação de
acordar algumas horas antes pra uma viagem que já é bem cedo. Viaje
sempre no fim do dia, via de regra você pode deixar as malas no hotel em
que ficou hospedado após o checkout.
- via de regra, não confie
em indicações de donos de hotel quando o assunto diz respeito a coisas
que envolvam grana (restaurantes, excursões, etc). Quase sempre há
conchavo. Sabíamos disso, achamos que a boa reputação do staff do hotel
garantiria uma exceção, mas não houve.
- Vale muito a pena
comprar o Artecard Plus se você pretende visitar dois sítios
arqueológicos (no nosso caso, Pompeia e Herculano, mas há outros). Pois
você pode viajar à vontade de trem durante o período de validade do
passe, que teoricamente é de 3 dias, mas pra nós durou 4. Você pega
informações no site http://www.artecard.it/
clicando na parte superior, onde está escrito "tutta la regione 3
days". Não vale a pena comprar antes, você pode comprar na hora no
centro de turismo, dentro da estação Napoli Centrale.
-
definitivamente não vale a pena se hospedar em Nápoles. A cidade é suja e
meio ameaçadora. Nada que um carioca não tenha visto antes, mas você
pode evitar isso se hospedando em Sorrento, excelente base pra se
conhecer o local. Nós ficamos em Sant'Agnello, ali pertinho, também
recomendo.
- pedir informações no sul da Itália não é muito
fácil. Tirando lugares muito turísticos como a Costa Amalfitana e Capri,
poucas pessoas falavam inglês e o italiano deles é diferente, creio que
falam algum tipo de dialeto. Leve o máximo de informações que puder,
como mapas bem detalhados, horários de atrações, onde e como comprá-las.
Você pode obter os horários dos trens da Circumvesuviana aqui: http://www.vesuviana.it/web/en/Orari
Sul da Itália - Costa Amalfitana e o belo pôr do sol de Sant'Agnello
Hoje
era o dia da excursão que reservamos pela Costa Amalfitana, chamada
“Amalfi Drive”. Paradas em Amalfi e Ravello, passagem por Positano,
Conca dei Marini, Scalla, Maiori e Minori. Seguimos pela estradinha
e passamos por essa maravilha da natureza, uma formação natural que parece uma santa com um buquê
E
o ônibus parou numa lojinha de trabalho em cerâmica, onde havia um
café. Seguimos viagem e já avistávamos Amalfi de longe, até que
chegamos. Lá, estava programado um passeio de barco a 10 euros. No
caminho para o barco tive uma breve conversa com uma senhora americana,
mas acabamos tendo que sentar em lugares diferentes.
Entramos numa gruta, onde o mar tinha uma coloração toda especial
Foi
legal poder ver a Costa pelo mar, mas a claridade causou enxaqueca em
minha esposa, que havia esquecido os óculos escuros. As enxaquecas dela
são fortíssimas e quase tivemos que voltar para casa. Achamos uma
farmácia, onde compramos um remédio para o “mal di testa”, que é dor de
cabeça em italiano. O problema é que esquecemos de trazer todos os
remédios na mochila, algo que acabamos aprendendo ser essencial de dar
atenção. Com isso, mal podemos dizer que conhecemos Amalfi, pois
esperamos o resto da parada dentro do ônibus. Até deu pra tirar umas
fotos bonitas, como dessa bonita igreja:


O
passeio continua, desta vez em direção a um restaurante em Scala, uma
cidadezinha próxima. Já pensamos que a conta seria os olhos da cara. O
restaurante até que era legal, tinha uma boa vista de cima da montanha. O
restaurante era meio bagunçado. Meu prato veio errado, mas comi mesmo
assim, era uma opção que eu também comeria. Possivelmente a conta também
veio, pois com duas saladas, duas massas, um peixe e duas bebidas a
conta veio 26 euros para o casal. Que bom
.
Voltamos
ao ônibus e a próxima parada era Ravello. A cidade é bonitinha, mas os
horários determinados pela excursão fizeram com que não pudéssemos
explorá-la muito.
Assim
terminou o passeio para a Costa Amalfitana e suas vistas espetaculares.
Andamos até um ponto de observação em Sant’agnello, para ver o pôr do
sol. Vimos um casamento acontecendo numa igrejinha próxima e a praça era
rodeada de árvores com suas folhas de outono. A vista do pôr do sol foi
realmente espetacular, uma atração à parte
Houve
várias tentativas frustradas de tirarmos fotos nossas com o pôr do sol
ao fundo, mas não só era difícil de enquadrar, como ainda não sabíamos
como clarear áreas da figura. Mais tarde, lendo um ótimo livro de
fotografia, descobri que o nome deste conceito é “exposição” e que é
possível tirar fotos criativas assim. Recomendo.
Voltamos para o
hotel. No Google Maps achei um restaurante na mesma rua do hotel, o
Moonlight. Resolvemos arriscar. Simplesmente o melhor da viagem,
recomendo fortemente pra quem for se hospedar por lá. Muito barato e
comida excelente, atendimento de alto nível e os pratos não demoraram a
chegar. Ali tivemos a certeza de que o dono do hotel tem conchavo com o
outro restaurante, pois ele certamente sabe que o restaurante da rua do
hotel é excelente. Fomos dormir de barriga cheia, bem satisfeitos.
Dicas:
-
pra quem não tem tempo, como eu, a excursão é uma boa opção, apesar de
ser meio corrido. Custou 34 euros, de 8 a 17h, contando ainda com o
benefício de um guia. Pega pertinho do hotel e te deixa por lá
- A
Costa Amalfitana foi um ponto difícil no planejamento, pois o acesso
não é fácil. O transporte público é horroroso, os ônibus são lotados e
pouco frequentes. Alugar um carro a princípio é uma boa opção, pela
liberdade de parar para tirar fotos e curtir o tempo que quiser, o local
que quiser, mas não há muitos lugares pra se estacionar e a estrada,
como puderam ver, é muito estreita. O transfer privado é caríssimo. Taxi
? Nem pensar, custa os olhos da cara. Acabamos fechando a excursão por
conta disso.
- A Costa é legal, mas gostamos mais de Capri, que
proporcionou vistas ainda mais espetaculares, como poderão ver no
próximo post. Entre uma e outra, pra quem não tem tempo, escolha Capri.
- Tudo lá é caríssimo. Leve lanche e água. E não se esqueça dos remédios, hehe.
-
procure evitar o sul da Itália no final de outono, especialmente no
inverno. No outono chove muito (demos muita sorte de não pegarmos chuva,
mas foi pura sorte mesmo). No inverno vários serviços ficam suspensos
ou menos frequentes, como horários de ônibus, barcos, etc.
Sul da Itália - Capri
Acordamos
um pouco tarde e fomos pegar o ônibus. Descobrimos que o nosso passe
que “contemplava todo transporte público na região” não valia para os
ônibus. Coisas “culturais” na supostamente tão avançada Europa. Isso
depois de pegarmos o ônibus no sentido errado e um motorista com voz de
Darth Vader falando em italiano ter nos avisado que era pro outro lado.
Pedi informações para uma senhora, que embora muito gentil, falava num
sotaque muito difícil de entender. Todos no sul da Itália falam de um
modo diferente do resto do país, talvez pelo histórico de diferentes
colonizações. Mas foi o suficiente para descobrirmos que deveríamos
comprar o bilhete num bar próximo.
Pegamos o ônibus certo e
saltamos em Sorrento. Paramos num ponto de observação, nos dirigimos ao
porto e compramos o ferry boat mais caro, pois os da Caremar, que são os
mais baratos, já tinham parado de funcionar pelo horário.
Pegamos o barco, que rapidamente encheu. A viagem correu sem problemas. Chegamos na ilha, lotadíssima de turistas.
Já
em Capri, avistamos a bilheteria que vendia o passeio ao redor da ilha.
Pegamos o barquinho. Foi um ótimo passeio, fortemente recomendado.
Vimos esse sujeito admirando a
paisagem
Mas que na verdade era uma estátua. entramos numa gruta cujo nome eu não sei, com uma formação rochosa legal
e avistamos os Faraglioni, essas duas formações rochosas da esquerda da foto, consideradas um símbolo de Capri.
Passamos
por debaixo deles e chegamos a outra gruta, onde um povo nadava. Que
inveja, pois nosso barco era versão pobre, não parou pra ninguém nadar.
Recomendo um passeio mais longo, com paradas. Parece que há um de 2
horas de duração, que permite isso por um preço um pouco maior.
Optamos
por não entrarmos na grotta azzurra por conta do preço alto e pouco
tempo, algo em torno de 12 euros por pessoa, por 3 minutos. Esperamos um
lonnnngo tempo para que todos os interessados de nosso barco pegassem
um barco menor para entrar na gruta, que não comporta muitos ao mesmo
tempo. Havia vários barquinhos na espera. Esperamos uns 40 minutos.
No
final do passeio, compramos 3 bilhetes para cada pessoa: 1 para pegar o
funicolare da Marina Grande até Capri, 1 para pegar o ônibus de Capri
até Anacapri e 1 para pegar um ônibus, seja de Anacapri até Capri, seja
de Anacapri direto até a Marina Grande, o que ainda escolheríamos.
Pegamos
o funicolare, uma espécie de bondinho. O primeiro que se tem notícia
foi inaugurado no monte Vesúvio e deu o nome à famosa música de
Pavarotti. Chegamos a Capri e andamos um pouco pela cidade
De lá, pegamos o lotado ônibus para Anacapri. Já no destino, ficamos admirando aquela vista maravilhosa
E
paramos para um lanche. Pizza meia boca, mas lanche barato para os
padrões da ilha, algo em torno de 15 euros o casal incluída a bebida.
Andamos um pouco pela ilha e partimos em busca da entrada para o Monte
Solaro. Após andarmos um bocado perdidos, descobrimos que a entrada
estava logo ao lado do ponto de ônibus. Monte Solaro é um mirante
acessível por um teleférico. O bilhete de ida custa 7,5 euros e ida e
volta custa 10. Pegamos esta última opção.
O
passeio é legal, mas deu medo na minha esposa. Eu senti um pouco, mas
menos do que no teleférico de Lisboa, pois estava numa altura em que
poderia chegar a sobreviver. Se caísse, apenas quebraria as duas pernas,
algumas costelas e sairia rolando morro abaixo
. Chegamos ao Monte Solaro. O lugar é simplesmente o melhor ponto de observação da viagem, com vistas realmente muito lindas.
Ficamos um tempinho, explorando bem o local e voltamos de
teleférico, desta vez mais acostumados. Descemos e curtimos um pouco
mais Anacapri. Já estava ficando tarde e estávamos um pouco cansados.
Pegamos direto o ônibus de Anacapri para Capri, com um motorista louco,
que fazia curvas de qualquer maneira na beira de precipícios. Andamos um
pouquinho por ali
Nesta
cidade resolvemos descer a pé para a Marina Grande, achando que
poderíamos descobrir algo interessante. Descobrimos que a descida é
muuuuito grande e não valia a pena, mortos de cansaço que estávamos. No
balanço, recomendo descer pelo funicolare mesmo, ou pegar o ônibus
direto. Pegamos o barco de volta e, já cansados, resolvemos voltar para o
hotel. Saímos para jantar novamente no Moonlight, pedindo um prato
diferente e novamente achamos ótima a comida.
Dicas:
-
Não invente nem de descer, muito menos subir o trajeto Marina Grande
(onde chegam os barcos) e o centro de Capri. É muito chão.
- O
Monte Solaro é simplesmente imperdível. Você pode subi-lo a pé ou de
teleférico, como fizemos. Creio que valha ao menos a ida de teleférico,
mas a volta custa só 2,5 euros a mais.
-
Entre no site da Caremar e anote com antecedência o horário dos ferry
deles, pra economizar. Dá uma diferença de 4 euros por pessoa, se não me
engano.
- consulte a meteorologia antes de ir, ou poderá ter
surpresas na volta. Os ferry não funcionam em condições meteorológicas
adversas.
- Se resolver visitar a Grotta Azzurra, esteja
preparado pra pagar (acho que é algo em torno de 12 euros) e esperar um
bommm tempo na fila de barcos.
- Não deixe de fazer o passeio ao
redor da ilha, gostei muito. Mas tente pegar um que dê pra mergulhar, a
água parece limpa, vez ou outra você vê cardumes.
- Da mesma
forma que na Costa Amalfitana, leve lanche e água. Lá as coisas são
caras e o que é barato pode ser de qualidade duvidosa.
Sul da Itália - Pompeia
Chegamos
em Pompeia. O passe teoricamente já estava vencido, mas resolvemos usar
mesmo assim. E funcionou ! A funcionária nem olhou a validade, passou
na máquina e rolou. Achamos lá melhor que Herculano, mas é bem mais
cheia. Embora em Herculano o interior das casas esteja muito mais bem
preservado, gostamos da grandiosidade de Pompéia.
http://www.youtube.com/watch?feature=pl ... 6OFTQdbUGY
Churrasqueira mais antiga do mundo



Chegávamos na saída, mas antes havia a Villa dei Misterii, conservadíssima e com afrescos bem legais, ponto alto de Pompeia.


Voltamos
para o hotel para pegarmos as malas, pois nosso trem partiria às 17h30.
Ainda ficou muito o que ver em Pompéia, saímos de lá sem conseguirmos
ver os corpos preservados, nem as duas casas que reservamos, a do
Príncipe de Napoli e as Termas Suburbanas.
Voltamos ao hotel,
pegamos as malas e resolvemos nos despedir do restaurante Moonlight.
Comemos o mesmo prato da noite anterior e pegamos o trem para Nápoles
Chegamos
com alguma antecedência na estação de Nápoles. Entramos no trem e ali
começou o maior estresse da viagem. Pra encurtar a história, sumiram com
o trem que reservamos e foi um parto pra resolver a situação, pois
alguns funcionários eram destreinados, não sabiam o que estava
acontecendo e sequer falavam inglês, de modo que tive que discutir em
italiano. Queriam que eu pagasse uma multa, pois eu "havia perdido meu
trem". Depois de muito tempo, conseguimos falar com o chefe dos fiscais,
que nos orientou a procurar qualquer lugar no trem que substituía o
nosso (o nosso ia direto pra Florença, tivemos que pegar um pra Milão,
com parada em Florença, provavelmente fizeram a substituição por
economia). Isso causou mais aborrecimentos com outros passageiros, pois
os locais são reservados e nossa reserva era pro tal trem que não
partiu, mas tudo acabou se resolvendo.
Após a bagunça causada
pela Trenitalia, chegamos em Florença. O hotel era pertinho da estação, o
único trabalho era descobrir para que lado dela sair. Aliás, se
localizar de certa forma é muito fácil, difícil é descobrir as direções a
se seguir. Achamos o hotel e fizemos o check-in. Tivemos uma grata
surpresa. O hotel mais barato da viagem era o melhor. Bem luxuoso e
cheio de facilidades desejáveis. Quem quiser recomendação, é o Hotel
Aurora, pagamos 40 euros a diária.
Dicas:
-
Algumas construções em Pompeia, supostamente das melhores, estão
fechadas para o público, mas é possível reservá-las gratuitamente com
antecedência aqui http://www.arethusa.net/w2d3/v3/view/fl ... enuto.html
-
pra chegar a Pompeia, você desce na estação "Pompeii - Villa dei
Misterii", pegando a linha que liga Nápoles a Sorrento. Preste atenção
nisso, pois há mais uma estação chamada "Pompeia" em outra linha, mas
essa que falei é a que deixa mais perto.
- Recomendo fazer uma
boa pesquisa sobre o local antes de ir, ou você ficará perdidão num
lugar imenso, cheio de ruínas que a princípio não terão nenhum
significado pra você sem essa pesquisa ou um guia que explique. Existe
um site que sugere percursos de 2, 4 e 6 horas, com as atrações
apontadas no mapa. Não me lembro qual é, posso colocar aqui depois. Nós
imprimimos o percurso de 4 horas desse site e seguimos no que foi
possível, pois acabamos ficando menos tempo do que isso por termos
chegado atrasados.
- Como sempre, leve lanche e muuuita agua.
-
Quem desejar visitar o Vesúvio, recomendo fazê-lo a partir de Pompeia.
Em Herculano parece que o transporte que ligava a cidade ao local
acabou. Em Pompeia você tem 3 opções, pegar o transporte público, uma
van ou um taxi. O transporte público parece que é bom o suficiente, mas
você tem que pesquisar os horários, não é muito frequente. A tal da van
tem muitas reclamações, parece que o motorista dirige como um louco,
apressa os visitantes e ainda tenta cobrar a mais pelo ingresso do
Vesúvio. Taxi não sei o esquema. Pra fazer Pompeia e Vesúvio no mesmo
dia, além de muita disposição você precisará começar o passeio bem cedo.
Toscana - Florença
A
cidade é bem fácil de andar. Começamos pela igreja Santa Maria Novella,
a qual só conhecemos por fora, pois era preciso pagar para entrar.
Achamos um absurdo pagar só pra entrar numa igreja, quando muitas outras
você pode conhecer de graça.

Seguimos
em busca do Mercato Centrale. Do lado de fora há um camelódromo, que
não vendia nada que nos interessasse. Do lado de dentro há um mercadinho
que vende ingredientes típicos. Ainda não estávamos com fome e não
compramos nada, mas teria sido muito interessante comprar umas coisas e
levar pro hotel. Talvez numa próxima viagem. Continuamos andando e
avistamos o Duomo. Lindíssima por fora, bem diferente.

Havia
um filão para entrar e deduzimos corretamente, pela fila, que era de
graça. Visitamos a igreja por dentro e optamos não pagar para entrar no
batistério e cripta.


Saímos e chegamos à Piazza della Signoria, onde vimos a Fontana di Piazza del Netuno e o Palazzo Vecchio
http://www.youtube.com/watch?feature=pl ... KDLhWw97B0
Na
frente do Palazzo Vecchio estava uma das inúmeras réplicas de David
espalhadas por Florença. David é uma das obras mais famosas de
Michelângelo, esse sujeito peladão na foto abaixo.

A
propósito, mais uma prova de que os italianos não são tão machões e,
sim, meio esquisitões. Não só há inúmeras réplicas do David, peladão,
como numa loja de souvenirs havia o saco do David pra vender em forma de
chaveiro (!!!)
Como há réplicas dele por toda a cidade e já
tendo pouco tempo disponível, resolvemos nem ir para a Galeria Academia,
cujo ponto principal era a estátua original. Não nos arrependemos
disso, pois havia muito mais o que ver. Chegamos na entradinha do
Palazzo Vecchio, mas demos meia volta e nos despedimos desse belo
monumento. Já estava na hora da Uffizi, que estava reservada. Pagamos
inclusive pelo direito de não enfrentarmos filas, o que acabou se
revelando vantajoso.
Houve alguma confusão sobre onde se dirigir,
pois era mal sinalizado, mas perguntando achamos. Não gostamos de lá.
Logo na entrada, um esquema de segurança meio anti-terrorista. Mas
depois descobrimos, assim como em todos os lugares, que no final das
contas todo mundo entra com câmera. O local é extremamente abafado. Os
fdps ganham muita grana e não podem investir em ar condicionado que
funcione. Já meio saturados de renascimento, pouco dispostos a encarar
um lugar abafadíssimo e com minha esposa já se sentindo mal por algum
motivo que não me recordo, saímos logo dali. Caminhamos até o Rio Arno
http://www.youtube.com/watch?feature=pl ... PPhsRLZU6A
e
partimos em direção à Ponte Vecchio, repleta de joalherias caras. É bem
legal, o pôr do sol lá é bem famoso, mas optamos por seguir em direção à
Piazzale Michelangelo.
A Piazzale Michelângelo fica no alto,
você começa a subir, subir e quando acha que chegou, você tem que
encarar uma escadaria sinistra. Pausa pra descansar e mais escadas.
Mas
digo, vale todo o esforço. Lá em cima tivemos um dos melhores momentos
da viagem. Com uma vista lindíssima, onde se destacam o Duomo, a Capela
Médici, o Palazzo Vecchio, o Rio Arno, a Ponte Vecchio, dentre outras
coisas.
Nos
sentamos nas escadas e tivemos o prazer de ouvir um sujeito com cara de
maconheiro que tocava violão muito bem. Sempre ela, a música, compondo o
ambiente. No mesmo local pararam dois japas que haviam se casado e
estavam fazendo seu ensaio em vários pontos da cidade. Ficamos
assistindo ao pôr do sol dali

http://www.youtube.com/watch?feature=pl ... hB-8V-Qkd4
http://www.youtube.com/watch?feature=pl ... BKbAOsAtOQ
E
nos preparamos para ir embora. No meio da praça havia mais uma réplica
do David iluminada pela lua, afinal, a praça era em homenagem a
Michelângelo.

Dicas:
-
Florença é fácil de andar, barata pros padrões europeus e com bastante
coisa pra se ver, basta pegar um bom mapa e anotar com antecedência os
pontos de interesse. Muita gente subestima a cidade por não ter este
preparo devido.
- Você não precisa subir a pé as escadarias da
Piazzale Michelângelo, como fizemos. Há ônibus partindo de vários
pontos, nós mesmos pegamos um para irmos ao terminal Santa Maria
Novella. É que no nosso caso quando vimos as ladeiras já estávamos quase
lá, resolvemos encarar. Não deixe de ir, pra mim, um dos lugares mais
agradáveis da viagem.
- Cuidado com a overdose de arte. Florença é
uma cidade cheia de opções neste sentido, o que leva muita gente a
colocar muitos museus no roteiro e ignorar a cidade em si. A Uffizi
teria sido de bom tamanho mesmo se tivesse sido o primeiro museu que
visitamos na Europa. A menos que você seja fanático por arte, chega uma
hora que satura e você precisa variar com outras coisas.
-
Florença é uma excelente base para a Toscana, bem servida de transporte
público e com ótima estrutura. Vale a pena reservar vários dias pra
cidade e, de lá, fazer muitas daytrips. Faltou muita coisa pra conhecer.
Toscana - Siena e San Gimignano
A
idéia original era ver a primeira pela manhã e a última pela tarde.
Acordamos tarde, pegamos o trem nosso de cada dia e chegamos em Siena
quase ao meio dia. Da estação para o centro é preciso pegar um ônibus. O
problema é descobrir onde pega e qual é. É tudo mal sinalizado, como
uma menina daqui do forum já havia descrito. Pedimos informação e um
rapaz indicou um ônibus. Chegamos, tentamos ir numa igreja, mas estava
fechada.
Seguimos andando pelas ruas da cidade e conhecemos sua praça principal, a Piazza del Campo, onde há o Museu Cívico
http://www.youtube.com/watch?feature=pl ... rb0JHP6ADE
Entramos, mas ao dirigirmos para a bilheteria, a sacanagem:
Tudo
caro e ainda por cima reajustado na cara dura na mão mesmo, pra roubar
grana de turista otário. Os italianos são extremamente mercenários. Nos
mandamos de lá e andamos sem rumo pelas ruas da cidade.

É
diferente, até interessante, mas a cidade não chegou a nos
impressionar. Fomos também ao Duomo, que acabamos só conhecendo por
fora. Muito bonito.

Pensamos
em entrar, comprando um bilhete que dava direito ao Duomo, museu e
outras atrações, mas já estávamos com fome e com pouco tempo. Resolvemos
parar para comer algo e comemos pedaços de uma pizza horrorosa, que não
fez muito bem para minha esposa. Voltamos para a estação e pegamos o
trem para Poggibonsi, onde pegaríamos um ônibus para San Gimignano. O
caminho é cheio de curvas, alternando-se em direções opostas, o que a
deixou ainda mais enjoada, pois já estava meio debilitada. Tomou o
remédio, melhorou um pouco. Da janela vimos a cidade ao fundo, separada
pelos vastos campos da Toscana

Chegamos nesta charmosa cidade e caminhamos, caminhamos
E paramos na que parecia ser a principal praça da cidade. Veja como é gigantesca
http://www.youtube.com/watch?feature=pl ... YVVp2rNANI
Acabamos
achando por acaso nessa mesma pracinha uma sorveteria indicada no fórum
de mochileiros. O local recebeu prêmios mundiais e já teve a visita de
Tony Blair.

Resolvi
provar um gelato. Delicioso. Comprei mais um. Faz jus à reputação, o
melhor da viagem. Vários sabores diferentes e criativos. Percorremos
todo o caminho de volta, pois já era tarde. Adoramos o local. É muito
gostosa de andar e lamentamos por termos pouco tempo, pois já era por
volta de 17h. San Gimignano deixou saudades.
Dicas:
-
chegar em Siena é mole, você pega o trem em Florença. Problema é ir até
o centro histórico. É muito mal sinalizado. Prepare-se pra ir
perguntando. Andar por lá também não chega a ser muito fácil, se você
quer otimizar sua visita. Leve o mais detalhado possível e tente
pesquisar a respeito das linhas de ônibus que ligam a estação ao centro
histórico. Outro ponto, você precisa comprar o ticket com antecedência
numa maquininha, que só aceita moedas.
- chegar a San Gimignano
não é difícil como parece. Você pega o trem para Poggibonsi e, já na
saída da estação, está a parada do ônibus. Num bar dentro da estação
você compra a passagem. No ponto final há um cartaz com os horários do
ônibus, não deixe de olhar.
- A sorveteria que falei é
imperdível. Não saia de lá sem conhecer. E o sorvete é barato, mesmo
preço cobrado por toda a Itália, algo entre 2 e 3 euros.
- entre
Siena e San Gimignano, se você não tiver tempo, recomendo ir para esta
última. É melhor até ir lá primeiro e, se sobrar tempo, você vai pra
Siena.
Toscana - Pisa e Lucca
Pisa
é um pouco feia e não há nada para ver. Também é banhada pelo rio Arno.
A Piazza dei Miracoli, onde fica a famosa Torre de Pisa é bem legal,
único ponto que realmente vale a pena por lá, na minha opinião. Pra
chegar até ela você sai da estação e anda em frente toda vida, algo em
torno de 1,5 km.

Ficamos
um tempinho na Piazza dei Miracoli e não subimos na Torre, já meio
traumatizados de escadas apertadas. Optamos por passarmos um tempinho
ali embaixo e voltamos para a estação, onde pegamos o trem.
http://www.youtube.com/watch?feature=pl ... 6jBRTazGek

Chegamos
a Levanto, cidade da Costa da Ligúria, onde nos hospedamos como base
para conhecermos as Cinque Terre. Mesmo chegando relativamente cedo, por
volta de 15h30, optamos por não sairmos mais e tiramos um tempo para
nós. No dia seguinte, apesar de estarmos na Ligúria, voltamos para a
Toscana para conhecer Lucca, cidade muito bem falada e que faltou
conhecer.
Antes disso tivemos que pegar conexão numa cidade
chamada Viareggio. O intervalo de conexão era de apenas 10 minutos. Mas
nosso trem atrasou e perdemos a conexão por cerca de 30 segundos. 30
segundos que custaram boa parte do passeio, pois o próximo trem só
partiria 2 horas depois. Não tínhamos nada para fazer, fomos conhecer
essa bendita cidade. Não recomendo, feia e não há nada que preste por
lá.
Chegamos a Lucca. A cidade decepcionou um pouco. É uma
cidadezinha murada onde a principal atividade é alugar uma bike e rodar
por lá. Foi o que fizemos.
http://www.youtube.com/watch?feature=pl ... NUGyFPpxqw
Paramos num restaurante ótimo, de cujo nome já não me lembro. Comemos um ótimo penne com salmão e um molho que levava vodka.
Seguimos de bike, passando por umas pracinhas e beirando a muralha, seguindo uma ruazinha bem arborizada
http://www.youtube.com/watch?feature=pl ... V_eHFUOWIU
E já com a bunda doendo de tanto andar, resolvemos devolver a bike
Lucca
é basicamente é uma cidadezinha com ruas estreitas feitas pra andar de
bike e umas pracinhas. Não tem aquele toque medieval, isso me
decepcionou um pouco, pois cidades assim sei que temos pelo Brasil.
Seguimos
para Levanto, procurando um mercado para abastecer. Ficamos um pouco
perdidos, mas um senhor simpático viu e ofereceu ajuda. Vimos que o
mercado estava bem próximo. Aliás, as pessoas do interior da Itália
parecem bem simpáticas e prestativas. No mercado, todos os funcionários
te cumprimentam. Fomos para o hotel.
Dicas:
- caso queira subir na torre, reserve seu ingresso com muita antecedência, pois esgota rápido. Há limite de pessoas para subir.
-
Programe seu tempo de visita a Pisa considerando que você anda de 20 a
30 minutos da estação até a Piazza dei Miracoli. Assim você não corre o
risco de perder o trem.
- A menos que você seja apaixonadíssimo
pela Itália e queira conhecer cada cantinho, não vale muito a pena
perder tanto tempo em Pisa. Umas 2 horas tirando o deslocamento está de
bom tamanho. Já Lucca, apesar de não termos gostado tanto, é uma cidade
que agrada muita gente aqui no forum e nos foruns gringos, não se guie
apenas pela nossa impressão.
- Levanto é uma excelente base para
se conhecer as Cinque Terre. É relativamente plana, havendo pequena
subida para a estação de trem. A estrutura é melhor que nas Cinque Terre
e é ali pertinho, menos de 5 minutos de Monterosso. Os hoteis são menos
caros (hospedagem na região é das mais caras de toda a Itália). A
estratégia ideal é você comprar o Cinque Terre Card na estação de trem, o
que te dará acesso a transporte público em toda a região das Cinque
Terre, inclusive Levanto, e se deslocar livremente por lá. Você ainda
ganha um mapa com as trilhas.
Cinque Terre
Compramos
o Cinque Terre card, que dá direito a transporte público ilimitado
pelas Cinque Terre, incluindo trens e ônibus ecológicos, além da
passagem pela Via Dell’Amore, a trilha que liga Riomaggiore a Manarola.
Saltamos na primeira terrinha pra quem vem de La Spezia, Riomaggiore. Na
estação se vê um belíssimo painel que ilustra a história das Cinque
Terre
Passeamos um pouco pelo centro da cidade e pela costa

até chegarmos à Via Dell’Amore

Nada
mais é que uma trilha que liga as duas cidades pela costa, um percurso
curto (1km) e fácil de andar. Como os italianos privatizariam até o ar
que respiramos se pudessem, o acesso à via dell’amore é pago e você
precisa pagar o ingresso. Como tínhamos o passe, entramos. As vistas são
muito bonitas.

http://www.youtube.com/watch?feature=pl ... bvOKYR_aSc
Chegamos
a próxima terrinha, Manarola. Um trem partia da estação e nosso reflexo
foi sair correndo para pegá-lo, já traumatizados de perder trem e
esperar muito por outros. Só depois nos demos conta de que simplesmente
não saímos pra conhecer Manarola. Saltamos em Corniglia.
A
cidadezinha fica no alto de um morrão. Logo ao sair da estação, nenhuma
informação. Havia uma van verde parada e uma plaquinha com um suposto
ônibus que ia pra não sei onde de hora em hora. Achamos que a van servia
para subir o morro, mas acabamos resolvendo subir a pé, pois vários
turistas estavam fazendo isso. Mas as pessoas são como gado, seguem as
outras sem refletir sobre o que estão fazendo e nós não somos exceção.
Poucos minutos depois a vanzinha partiu e nos deixou putos, morrendo de
inveja de quem tava dentro. Já com a língua de fora de tanto subir,
vimos mais uma van passando. Depois mais uma.
Chegamos finalmente ao topo e a decepção, Corniglia nos pareceu a "Terre" mais sem graça
http://www.youtube.com/watch?feature=pl ... bvOKYR_aSc
Paramos
num barzinho, que oferecia uma promoção até legal, bebida + comida +
café por 10 euros por pessoa. A bebida foi um suco de laranja autêntico,
o que era quase um milagre na região. A comida era uma massa que
descongelaram no microondas. Pedimos também um peixe da região, que mais
parecia uma sardinha minúscula salgadíssima. Pagamos e partimos de
volta, desta vez com a vanzinha. Pegamos o trem, saltamos na próxima
Cinque Terre, Vernazza. Dessa vez bem mais charmosa,mas não ficamos
muito tempo nela para descobrirmos o que ela oferecia. Não achamos
nenhum ônibus que levasse até lugares altos.
http://www.youtube.com/watch?feature=pl ... N3qu93Hsh4

Naquele
momento, vimos mais uma das ironias da Itália. Sabemos que lá você
precisa pagar para tudo, só falta o ar que respira. Então as lojas
precisam colocar avisos para que os assustados turistas saibam que é de
graça
Estávamos
cansados de subidas a pé e optamos por ir para Monterosso. Conhecemos
na estação um casal de brasileiros, acompanhados da cunhada, Mercedes.
Conversamos bastante e conhecemos juntos a cidade. Foi um passeio legal,
Monterosso é “Terre” preferida. Tem muito mais para se ver em relação
às outras.


Nos despedimos e voltamos para o hotel.
Dicas:
- o já mencionado 5 terre card, no post anterior, além da hospedagem em Levanto
-
evite a região em épocas de chuva, como o outono e também no inverno.
15 dias depois de estarmos em Monterosso vi no noticiário que houve um
desabamento provocado por chuva, causando 8 mortes. Demos muita sorte de
não ter chovido, mas num dos dias acordamos com uma ventania sinistra,
parecia que o mundo ia acabar. No inverno os serviços na região ficam
precários.
- evite ir de carro. Lá é pra se andar de trem.
-
5 terre é cheia de ladeiras. Se você não curte esse tipo de coisa ou
simplesmente possui limitações, evite a região, ou fique só por
Monterosso, que tem mais áreas planas pra se ver.
- a região tem
um toque diferente, a simplicidade dos cortiços em vez de mansões, mas
achei um pouco redundante visitar a Ligúria e a Costa Amalfitana. Se
pudesse voltar no tempo, escolheria só um lugar e o aproveitaria melhor,
pois o que você realmente aproveita são as vistas panorâmicas. Exceção
se você é do tipo que curte trilhas, no caso, Cinque Terre é melhor.
Milão
Saindo
cedinho de Levanto, chegamos em Milão. A estação é enormeee e foi
difícil achar o bagageiro, pois as placas são sinalizadas de modo
estranho. Deixamos as malas lá e fomos conhecer a cidade. Pegamos o
metrô e saltamos na estação do Duomo. Logo na saída é possível avistar a
catedral. Lindíssima.

http://www.youtube.com/watch?feature=pl ... O25YxIucHM
E
também a Galeria Vittorio Emanuelle, uma galeria cheia de lojas
caríssimas de moda. Havia fila para o Duomo, afinal, a entrada é
gratuita. Entramos. É realmente menos impressionante por dentro, mas
vale a visita, já que é de graça.
De lá, entramos nas galerias
Vittorio Emanuelle em busca de um banheiro. Os banheiros na Europa são
apenas de duas categorias: os podres e os pagos, que também não são lá
essas coisas. Aquele era um banheiro podre. Acabei indo no de um fast
food. Seguimos andando em direção ao Teatro Escala, que não achei tão
belo quanto dizem (a menos que tenha deixado de ver alguma coisa) e
seguimos para o Castello Sforzesco. Fizemos breve parada na Decathlon,
onde compramos uma segunda pele para minha esposa, após muita
insistência minha de que faria frio dali pra frente em Paris. Mais tarde
ela viu que eu estava certo.
O Castelo é basicamente uma região
murada com torres e no interior não há nada, só passagem e um museu. Não
entramos nele. Fomos até o final, onde há uma praça, tendo ao fundo uma
réplica do Arco do Triunfo, nesta praça há também uma feirinha.
Voltamos
para a estação e esperamos o trem para Paris. A viagem durou 7 horas.
Foi cansativa, mas o real problema foi ter comprado pouca coisa para
lanchar. Fiquei com uma fome sinistra, pois não havia nada que realmente
enchesse. Só carboidrato, maçã e uns biscoitos de água e sal. Perdi meu
GPS neste trem, de tanto que mexi na mochila procurando coisas pra
comer. Deve ter caído no chão e não percebemos.
Chegamos em Paris
às 23h30 mais ou menos, na Gare de Lyon. Houve alguma confusão para nos
orientarmos na estação, especialmente para comprarmos bilhetes. A
bilheteria já estava fechada e a máquina não aceitava nem o VTM, nem
notas. Apenas cartão de crédito e moedas. Não havia moedas suficientes e
por sorte meu cartão de crédito foi aceito. Outro carinha não teve a
mesma sorte e saiu pedindo pros outros, pra poder voltar pra casa. Pra
piorar, perdemos muito tempo neste processo e faltava pouco pra estação
fechar.
Acabamos resolvendo ir a pé para o hotel, pois seria
confuso pegar o metrô pela primeira vez no meio de tanta confusão, com
malas e ainda por cima tendo conexão a fazer. O hotel ficava a cerca de
1km dali. As ruas estavam meio desertas e tudo estava meio sinistro. O
medo de ser assaltado foi grande. Saímos em disparada e confiei no meu
senso de direção, já que não estava tudo muito sinalizado. Algumas
coisas batiam com a referência de nosso mapa. O problema é que quando
você sai de uma estação, é difícil se situar em que direção seguir.
Acabamos
localizando a rua de nosso hotel, graças ao nosso ponto de referência: o
espetacular Mc Donald’s. Este tão difamado fast food salvou nossas
vidas várias vezes. Entramos no hotel com a senha fornecida, retiramos o
cartão do quarto no cofre e finalmente pudemos dormir.
Dicas:
- Em Milão, é possível ver o Cenáculo de Da vinci, mas você precisa reservar com muuuuuuita antecedência. Não conseguimos.
-
A menos que você seja fanático por futebol italiano, Milão não vale a
visita, no máximo uma passagem rápida pra ver o belíssimo Duomo. É meio
difícil de acreditar que uma cidade tão importante quanto ela seja tão
sem sal, mas é verdade. Até os próprios italianos admitem.
- não
deixe de carregar moedas no bolso. Elas serão necessárias quando você
menos esperar. Isso ocorreu mais de uma vez na viagem.
- salvo
raras exceções, em Paris não há dúvidas de que o meio mais econômico de
viajar dentro da cidade é comprando 10 bilhetes de metrô, que saem por
12,50 euros em vez de 17. Há alguns blogs por aí que fazem a comparação
com o Paris Visite e outros passes, você vai ver que não valem a pena,
em matéria de transportes. Já o Paris Museum Pass vale muito a pena os
de 4 ou 6 dias, se você gosta de museus.
Paris dia 1 - Quartier Latin e Saint Germain
Em
Paris tiramos foto de tudo, pois tudo nos fascinava. Vou colocar só
algumas aqui, pois o relato já está ficando bem pesado. Quem tiver
curiosidade pode ver mais no blog.
Nosso hotel fica de frente
para o Museu de História Natural, bem legal. Mas ironicamente acabamos
não entrando lá, nem no Jardin des Plants, ali do lado. Estávamos sem
café da manhã, pois era studio e não houve tempo no dia anterior para
passar num mercado. Partimos para a Rue Mouffetard, famosa por padarias e
mercados baratos. Antes passamos pela Mosquée de Paris, uma mesquita.
Seguimos pela rue Daubenton até chegarmos ao nosso destino. Vimos quase
tudo fechado, mesmo já passando das 9 e me toquei que segunda era o dia
de muitas coisas fecharem em Paris.
Mas por sorte havia uma
creperia aberta. Cada um pediu um crepe preparado com o tempero secreto
europeu: sem luvas, com a mesma mão que pega no dinheiro. Isso não foi
exclusividade desta creperia, em todos os lugares é assim. Por sorte o
euro é comprovadamente muito mais limpo que o real, já que os europeus
não precisam ter os mesmos cuidados com higiene que nós.
Seguimos
comendo nosso crepe temperadíssimo, passando pela Paroisse Saint Medard
(cuidado para não pronunciar errado) e seguimos um pouco perdidos até
acharmos as Arènes de Lutèce. O lugar nada mais é que uma mini praça com
ruínas romanas, mais precisamente uma arena pequena. Nada de
impressionante para se ver, vale pelo aspecto histórico.
Passamos pela Place de la Contrescarpe e continuamos nosso passeio até avistarmos o Pantheon.

http://www.youtube.com/watch?feature=pl ... ClsSPDmNic
Da
pracinha, vimos a igreja Saint-Étienne-du-Mont, a faculdade de direito e
a Bibliothèque Sainte-Geneviève, compondo o ambiente. Dentro do
Pantheon compramos nosso Paris Museum Pass, atendidos por uma senhora
simpática. Os franceses em geral seguem o protocolo da polidez. Digo
protocolo, pois nota-se claramente que para alguns a educação é algo que
simplesmente aprenderam desde criança e repetem como robôs, sempre com a
mesma entonação na voz. Crianças, mulheres, homens, idosos, todos têm a
mesma impostação quando falam “bonjour”, “merci” e “s’il vous plaît”.
Ainda assim, é seguro dizer que a maioria foi simpática e prestativa,
bem mais agradáveis do que os italianos e, principalmente, do que os
portugueses.
O interior do Pantheon é fantástico. Igreja bem
bonita, repleta de quadros legais. É bem grande e a atmosfera é de paz.
Ficamos um tempinho ali e fomos atrás do Cluny, o Museu da Idade Média.
Passamos pela Sorbonne, famosa universidade francesa. Chegamos. O museu é
legal, rico em tapetes com decorações medievais, além de alguns objetos
da época. Ficamos umas 2 horas por lá.

Saímos,
passamos pela Place de la Sorbonne, entramos na Rue Cujas, até
chegarmos a um mercado, o Monoprix. De fato, faz jus ao nome. Só há um
tipo de preço, o caro. O lugar é especializado em coisas para o homem
moderno como eu, que só come besteiras e coisas fáceis de se fazer, mas
também há algumas outras coisas que vendem nos mercados comuns.
Abastecemos e fomos para o Jardim de Luxemburgo. Lá fizemos um
piquenique com o que havíamos comprado, o farofão
Gostamos
bastante do lugar, é bem bonito, programa para se passar a tarde. Mas
não ficamos muito tempo, pois estava um frio absurdo. Em praticamente
todo jardim tem essas cadeiras, onde o pessoal pode se sentar livremente
e ficar de bobeira. Sonho meu se o Brasil fosse assim … se colocarem
aqui não vai demorar duas horas e vão carregar pra casa todas as
cadeiras.


Seguimos
nosso caminho em direção ao bairro Saint Germain. Como em todo lugar
amplo, como praças, shoppings e jardins, a dificuldade de se orientar é
um pouco grande. Você sabe para onde ir, mas não tem uma bússola pra
saber. E o curioso é que o Google Maps dá instruções como “siga para a
direção oeste, indo para a rua tal”. Ora, como vou saber pra onde é o
oeste, ainda mais num dia nublado, sem poder sequer me guiar pelo sol ?
Você olha os nomes das ruas e muitas vezes vê o que não está no mapa (no
Gmaps só aparece dependendo do zoom que você der). Quando é uma praça a
coisa piora, pois no nome de cada rua que a contorna aparece “Praça X”.
Bem,
acabamos nos “achando” num ponto bem diferente do roteiro original.
Seguimos pela Rue Bonaparte e nos vimos na Place Saint-Sulpice. Ali
entramos na igreja que dá o nome à praça, que não estava no roteiro
original. Foi ótimo, pois é bem bonita e não custa nada para visitar, ao
contrário de algumas igrejas italianas.

Andamos
mais um pouco e avistamos o Café des Deux Magots, um dos mais famosos
de Paris. Era freqüentado por Hemingway e mais uns fulanos. Resolvemos
fazer uma extravaganciazinha e pagamos o cafezinho mais caro de nossas
vidas, 4 euros, curtindo por alguns minutos a vida dos parisienses
chiques. Um senhor simpático se ofereceu para tirar uma foto nossa
Pertinho
dali estava a famosa igreja Saint Germain des Près. Foi meio
decepcionante, pois metade dela estava em reforma, de modo que
improvisaram um altar que provavelmente não chegava aos pés do original.
Naturalmente, ficamos pouco tempo e seguimos o passeio. Conhecemos os
famosos “macarons”, doce típico da França, passamos pela Escola Nacional
de Belas Artes e pela Pont des Arts, uma pontezinha bem legal, lotada
de cadeados de casais apaixonados. Na foto, a Pont des Arts e o Institut
de France
Atravessamos
a Pont des Arts, andamos em direção à Ile de France e pegamos a Pont
Neuf, a ponte mais antiga que atravessa o rio Sena.

Atravessamos
a Ile de la Cité, avistando construções gêmeas, de cujo nome ainda não
sabemos e caminhamos um pouco por ali, passando pelo Square du
Vert-Galant, Palais de Justice, Place Dauphine, Monnais de Paris e por
aí vai. Nossa idéia era continuar com o roteiro original e seguir para a
livraria Shakespeare and Co e arredores, mas eu estava apertadíssimo
para ir ao banheiro. Seguimos a rua Dauphine e andamos sem rumo por
Saint Germain em busca de um, até que finalmente parei numa padaria. O
frio é um problema e como eu bebo muita água, passei por esse perrengue a
viagem toda. Normalmente o Mc Donald’s era minha salvação, mas dessa
vez foi essa padaria.
Ainda andamos pela rue de Buci, rue
Saint-André des Arts, mas a bateria estava arriando e nossos pés já não
mais existiam. Pegamos o metrô e nos mandamos para o hotel, satisfeitos
por termos seguido o ditado de Victor Hugo

Dicas:
-
este dia foi dos mais legais. Paris tem inúmeras atrações, o que leva o
viajante a querer ver todas. Muita gente se esquece que andar pela
cidade também é uma atração, e das melhores. Vimos muita coisa mesmo.
Naturalmente, um bom mapa é essencial.
- Paris é sempre mais fria
do que você imagina. Pegamos um calorão na Itália quase igual ao do
Brasil, mas na França só pegamos frio, mesmo no dia mais ensolarado. Pra
quem viaja no outono e primavera especialmente, leve ao menos um casaco
e algumas roupas de manga comprida, de modo que você vai tirando ou
colocando mais roupas conforme o clima vai mudando.
- Tudo na
cidade é meio caro, principalmente compras em geral. Comida nem tanto,
mas também não se pode dizer que é barato. Hospedagem é os olhos da
cara.
- Falando em hospedagem, achamos todos os arrondissements
(distritos) do 1 ao 10 tranquilos de se hospedar. Talvez até
Montparnasse seja. Não achamos Montmartre um lugar legal pra esse fim,
muitas ladeiras e gente mal encarada. Ficamos em Notre Dame e foi muito
bom. Quartier Latin e Marais parecem excelentes.
- o transporte
público de lá é o que há. É o futuro da humanidade. Você volta deprimido
pro Brasil, parece que estamos na idade das cavernas. Lá em tudo quanto
é canto há estação de metrô e você demora no máximo 3 minutos esperando.
Nos horários de pico são cheios, obviamente, mas nem tudo é perfeito.
Então não se preocupe muito com distâncias dentro da grande Paris (a
parte interna do Sena, nos 20 distritos), o principal é ficar num lugar
legal, perto de restaurantes, supermercados e seguro o suficiente.
-
se quiser economizar, evite o monoprix e procure outro supermercado
mais em conta. Lá é bom pra quem quer comer besteira sem se importar
muito com quanto vai pagar.
Paris dia 2 - L'invalides e Torre Eiffel
Podres
de cansaço, acordamos uma hora depois do esperado e pegamos o metrô
para o museu Les Invalides. Saltando da estação, é possível ver a bela
Ponte Alexandre III E o L’invalides ao fundo. O lugar na verdade é um
complexo de museus, uns 4 ou 5 se não me engano, além de uma igrejinha.
Como me explicou um amigo meu o lugar foi construído para restaurar a
moral dos ex-combatentes de guerra, que chegavam pela Pont Alexandre
III, a mais bonita de Paris e se revestiam de uma sensação de grandeza
ao retornarem para sua pátria.
Mas faltou alguém me dizer que o
Invalides é um mundo, enorme, na magnitude do Louvre, creio. A idéia
original era visitar Invalides e o Rodin, mas não deu tempo. Começamos
pelo Museu da Guerra, seção “armas e armaduras”, Salle Royale. Tirei
bilhões de fotos, tudo me interessava. Não dá sequer pra escolher
algumas, peço a quem se interesse para ver as fotos no blog.
Crianças
tinham aula no museu, vendo ao vivo as coisas que por aqui só nos fazem
decorar. Na Cabinet Historique, havia paineis que ilustravam a evolução
dos cavaleiros ao longo dos séculos. Ficamos bastante tempo no Museu da
Guerra vendo as coleções medievais de armas e armaduras. Saímos daquela
seção, tiramos umas fotos do exterior e entramos na seção da Monarquia e
Guerras Napoleônicas. Paramos pra almoçar no restaurante de lá. O lugar
é meio estranho, há vários pratos num mostruário aberto, como se fossem
para serem retirados, uma espécie de self service de PFs. É quase isso.
Ao tocar nos pratos, o que 100 % dos turistas faziam, uma francesa
caricata começava a falar rápido com uma voz fininha que você deveria
pegar uma senha e esperar que ela esquentasse o prato desejado. Eu
entendi isso, mas quem não sabia nada de francês ficava olhando sem
entender nada.
Bem, antes não tivéssemos entendido e virado as
costas. A comida era horrível e deixamos praticamente tudo. Nos viramos
com algum lanche que já estava na mochila e voltamos para o Museu da
Guerra, dessa vez para ver a coleção das duas grandes guerras.
Sem
dúvida alguma é o museu que mais gostei de toda a Europa e lamentei
muito que no Brasil não houvesse algo assim. Enorme, rico em conteúdo e
informação, tudo que você vê tem explicação por escrito em francês e
inglês, além de algumas placas situando no contexto histórico. Mapas
gigantescos, fardas de oficiais, armas, armaduras, tanques, simuladores
eletrônicos com audioguia gratuito. Você tinha tudo para entender como a
guerra realmente ocorreu. O lugar estava repleto de estudantes. Não há
muita desculpa para ser ignorante em Paris.
Fomos na Igreja Saint Louis, que fica ali dentro do complexo dos
Invalides. Muito bonita por fora e por dentro.

Em seu interior estava a Tumba de Napoleão, gigantesca.
Engraçado
fazerem algo tão grande pra um sujeito tão baixinho. É como falei pra
minha esposa, queriam que a imagem de Napoleão ficasse pela eternidade
como sendo a de uma espécie de ser inatingível e místico.
Seguimos
para o Auditório Charles de Gaulle, onde recebemos um audioguia
gratuito, que funcionava automaticamente via wireless quando você se
aproximava do ponto de interesse. O auditório é repleto de salas de
filmes e painéis interativos, onde você podia se informar da história
recente francesa, da época do presidente que dá o nome ao local.

Já
estava perto da hora do museu fechar, então ficamos uma meia hora e
saímos. Ainda passamos rapidamente no Museu des Plans-Reliefs, um museu
de maquetes, onde vimos o Mont Saint Michel em miniatura.
Já com
muita fome, abastecemos num mercado chamado Naturalia, onde compramos
vários produtos mais adequados para minha esposa, que tem restrições
alimentares. Apesar do peso das sacolas, resolvemos caminhar até a Torre
Eiffel, que não estava muito longe dali. Paramos em frente à Escola
Militar para descansarmos, até que eu vi uma das cenas mais curiosas da
viagem. Um cachorrão no meio do nada surge com uma bola de tênis na
boca. Deixou no chão e começou a olhar pra mim, abandonando o rabo. Não
tive dúvidas e dei um bico na bola. Ele partiu em disparada, pegou a
bola, trouxe de volta e aí tive uma terrível revelação: até os cachorros
franceses jogam mais futebol do que eu. O cão não só trouxe a bola,
como CHUTOU para mim. Nunca vi nada igual. Fiquei que nem um babaca
chutando a bola pra ele, que rapidamente a agarrava com a boca, trazia
de volta e chutava pra mim. Minha esposa filmou tudo e bem observou que
na verdade era uma cadela, com coleira e muito bem tratada.
http://www.youtube.com/watch?feature=pl ... OVYhRDap0k
Deixamos
nossa nova amiga pra lá, correndo atrás de outros manes pra jogar bola
com ela. Vimos mais dois cachorros jogando bola bom um sujeito. Não é à
toa que a França tem dado um banho de bola no Brasil, eles treinam até
os cachorros. Continuamos andando e chegamos ao Campo de Marte, onde
avistamos a belíssima Torre Eiffel.
Após inúmeras tentativas
frustradas de tentarmos tirar fotos de nós mesmos, um grupo de mulheres
falando espanhol se ofereceu pra tirar uma nossa em troca, obviamente,
de tirarmos umas delas.

Seguimos em direção à Torre. Já começava a anoitecer, de modo que a vimos começando a se acender, bem legal. Mais fotos.
Passamos
por debaixo dela e adivinha ? Mais fotos. Tudo era fascinante. Após
atravessarmos a Torre, comentamos que a miniatura do meu cunhado tem
piscava umas luzes aleatórias e lamentamos pelo fato da original não
estar assim. Achamos que aquilo era só no natal.
Bem, demos mais
uma olhada pra trás e eis que o espetáculo das luzes tinha acabado de
começar ! Bem bonito. Mais tarde descobrimos que começa a cada hora
inteira, durando 5 minutos.
http://www.youtube.com/watch?feature=pl ... vN6KxdmU08
Atravessamos
a ponte D’léna e beiramos o Sena atrás de uma estação de metrô, pois já
estava cansado de carregar as compras. Passamos pelo Museu de Arte
Moderna, o Palais de Tokyo e pegamos o metrô em Alma-Marceau, de volta
para o hotel.
Dicas:
-
se você for como 90 % dos homens, amante de história de guerras, o
L'invalides terá para você uma importância tão grande quanto o Louvre,
ou até maior. Até minha esposa gostou. O lugar é imenso, muito grande
mesmo. Você até pode programar outra coisa pro mesmo dia, como o Rodin
ou o D'orsay, mas acho que fica cansativo. Faça o L'invalides e tire o
resto do dia pra uma atividade ao ar livre, como caminhar, a Torre ou o
passeio de barco. Se gostar, volte no outro dia e faça o mesmo,
intercale com algo que não seja museu.
- Você até pode não subir
na Torre Eiffel, muita gente diz que não vale a pena (darei minha
opinião nos próximos posts). Mas é indispensável ao menos passear pelo
Campo de Marte e ir até ela, por baixo. É linda demais. Faça isso pouco
antes do pôr do sol (é possível conferir os horários em vários lugares
do mundo nesse site http://www.timeanddate.com/worldclock/sunrise.html ), de modo que você a verá de dia, começando a se iluminar de noite e, pouco tempo depois, com as luzes piscando.
- se você joga futebol, cuidado com os cachorros franceses. Irão te humilhar.
Paris dia 3 - Notre Dame e o Marais
Hoje o dia começa pela Notre Dame. Fomos andando, para apreciarmos as margens do Rio Sena.

Passamos
pelo Institut du Monde Árabe, o Musée de l’Assistance Publique e
pegamos a Pont de L’archevêché, pequena ponte de arquitetura semelhante à
Pont des Arts e igualmente lotada de cadeados. Notre Dame ao fundo.

Contornamos
a Notre Dame e fomos direto pra fila para subir a cúpula. O ideal é
chegar cedo e evitar essa fila, pois só sobe um determinado número de
pessoas por vez. Mas não conseguimos e esperamos uns 20 minutos nela,
num frio do cão. A subida é bem mais tranqüila que a da cúpula da
Basílica de São Pedro. Você tem mais pontos para descansar e é mais bem
ventilada. Os souvenirs da lojinha eram mais baratos que nos Invalides.
Chegamos
às gárgulas. É realmente impressionante, o que torna esta igreja a mais
bonita de Paris. Entramos na torre do sino e tiramos ótimas fotos
panorâmicas. Subimos mais e tiramos mais fotos.
http://www.youtube.com/watch?feature=pl ... Nd2vs7k44A
Descemos e entramos na Notre Dame, de interior bem bonito.

Em
seguida, fomos para a Conciergerie. Houve mais uma vez alguma
dificuldade de localização, especialmente considerando que fica tudo
numa ilha. Pelo mapa parece fácil identificar, mas na hora confundimos o
que era ilha e o que não era e ficamos um pouco perdidos. Mas achamos a
Conciergerie. O lugar é meia boca mesmo, como todo mundo diz, mas vale a
visita se você tem o passe. O salão inicial é de arquitetura bonita,
mas é vazião.
Depois você sobre pras prisões, que nada mais são
do que quartos com bonecos simulando os antigos prisioneiros, tudo
acompanhado de explicações. Havia alguns painéis interativos. Pra quem
quer aprender história, vale muito a pena.
Como não tínhamos
tempo, já partimos para a Saint Chapelle. Pegamos uma fila que não
andava de jeito nenhum. Enquanto isso um sujeito com uma máscara feia
ficava dando pegadinha nos outros, mais um artista de rua em busca do
pão de cada dia. Isso ajudou o tempo passar.
Enfim entramos.
Descobrimos porque a fila não andava, pois havia um esquema de segurança
quase anti-terrorista. Não acreditei que aquilo era medo de explodirem a
capela, o que me levou a concluir que era para evitar atingirem o
Palais de Justice, que fica ao lado e pode ser visitado.
A capela
é bonita, mas descobri que não vimos tudo ! Parece que são duas
capelas, parte inferior e parte superior e só vimos a inferior. Não me
lembro de ter visto em nenhum lugar escadas pra subir. Decepção, depois
de perder tanto tempo na fila não ter visto tudo por estar mal
sinalizado.

A
visita agora continua pelo Marais, famoso bairro dos boêmios
parisienses. Paramos na Place du Chatelet, que tem um monumento bem
bonito

e seguimos para o Hotel de Ville, construção gigantesca e bonita.
Seguimos
pela Rue du Renard até o Pompidou. Paramos na Place Igor Stravinsky,
repleta de monumentos de arte moderna. Achamos legal, apesar de não
apreciarmos arte moderna.
http://www.youtube.com/watch?feature=pl ... -1Yd5M8k9k
Como estávamos com o passe, resolvemos entrar no Pompidou. O lugar tem uma cara de shopping, com várias escadas rolantes.


Passeamos
um pouco, fomos no topo, onde há uma vista panorâmica. Estava frio
demais pra ficar do lado de fora, de modo que não valia a pena tirar
fotos. O passeio prossegue pelas ruas do bairro. Pegamos a Rue du Temple
e passamos pelo Museu D’art e D’histoire du Judaisme. No bairro vimos
muitas referências à cultura judaica, dentre elas uma sinagoga.
Passamos
pela Rue des Archives, onde há um museu que leva o nome da rua e
dobramos na Rue du Roi de Sicile. Pegamos a rue des Ecouffes, rue des
Rosiers, passando pela Biblioteque Historique de la Ville de Paris,
Jardin de L’Hotel Lamoignon até finalmente chegarmos a Place des Vosges,
onde ficaríamos até anoitecer, após vermos a Maison de Victor Hugo.
Porém,
mais uma vez tive que ir ao banheiro. Rodamos por ali pra achar um
lugar em conta e nada. Entrei num restaurante e pedi um café com crepe.
Esvaziei a bexiga aliviadíssimo. Após apreciar o café e batermos um
papo, fomos para a Praça. Ali veio a decepção, fechada. Achávamos que as
praças não fechavam, mas fecham.
Caminhamos desiludidos e
pegamos a Rue Saint Antoine, passando pelo Hotel de Sully e parando para
rever o roteiro na estação Saint Paul. Decidimos andar até a Bastilha e
encerrarmos o roteiro, pois já estávamos cansados e era noite. Só que
eu, animal, nos guiei pela direção errada, de modo que eu paguei o mico
de filmar a Place de L’hotel de Ville, onde já estivemos, e dizer que
aquela era a Place de la Bastille. Quando vi o Bazar de Ville, pensei:
“que merda”.
Estava determinado a conhecer a Place de La Bastille
e a Ópera, de modo que minha esposa se comoveu e resolveu usar seus 10 %
de energia restantes para pegarmos o metrô até lá. Saltamos. O lugar é
legal mesmo, cheio de vida e bem iluminado. Tiramos fotos do monumento
que ficou lá, já que a antiga prisão que foi a Bastilha não existe mais.
E conhecemos por fora a Ópera Bastille. Pegamos o metrô e voltamos “pra
casa”.
Dicas:
-
Chegue bem cedo tanto na Notre Dame, se quiser subir nas torres, quanto
na Saint Chapelle, pro passeio regular. Ambas são cheias mesmo em baixa
temporada. No caso de Notre Dame, parece que só sobem 20 pessoas por
vez. A igreja é imperdível e a subida vale muito a pena.
- Fique atento na Saint Chapelle, pra não dar o mesmo mole que demos.
-
planeje bem sua visita ao Marais, pesquisando o que há de interessante
pra se fazer por lá. Foi dos passeios a pé que menos gostamos, mas acho
que deixamos de passar pelos lugares mais interessantes. Achamos bem
comum. Deste trajeto que fizemos, creio que Chatelet, Place des Vosges e
Hotel de Ville sejam os pontos altos, assim como a Bastille, de noite.
Paris dia 4 - Do Louvre até o Arco do Triunfo.
Hoje
era o dia do Louvre. Acordamos o mais cedo que pudemos e partimos. Como
o dia estava nublado, não levamos óculos escuros. Grande erro. A
claridade estava forte mesmo assim e incomodou minha esposa, que teve
uma enxaqueca. Nem adiantou comemorar o fato de que entramos facilmente
pela pirâmide, sem enfrentarmos nenhuma fila (pra quem tinha o passe).
Só deu tempo de vermos Cour Marly e um pedaço dos fossos medievais e eu
sugeri de voltarmos pro hotel, pra ela tomar um remédio, descansar e, se
estivesse melhor, voltar com os óculos. Foi o que fizemos.
Entrar no Louvre novamente foi fácil.

Não
sei se era porque já estava tarde, ou se era a época. Mas dentro do
museu estava tudo cheio. Resolvemos visitar as principais obras
indicadas num mapinha que pegamos gratuitamente na entrada. Retomamos os
fossos medievais, que não eram tão legais quanto pareciam.
Pegamos a ala egípcia, muito interessante, mas enormeeeee.
http://www.youtube.com/watch?feature=pl ... YMaAyeMC9A
http://www.youtube.com/watch?feature=pl ... TNQ2yfEmyM
Mumia
http://www.youtube.com/watch?feature=pl ... TNQ2yfEmyM
Ficamos
bastante frustrados porque a ala do livro dos mortos estava fechada. Só
deu pra tirar uma foto roubada, por cima da porta.
Após muito andarmos, conseguimos finalmente sair da ala egípcia e vimos a Vitória de Samotrácia.
Próximo
dali chegamos às pinturas italianas, onde pudemos ver obras de Da Vinci
e outros pintores e, é claro, a Monalisa. É bem pequena como dizem. O
museu não estava tão cheio, de modo que conseguimos chegar perto pra
tirar fotos.
Mais pinturas italianas, como a Coroação de Napoleão

O
museu já estava perto de fechar, pois já entramos tarde. Ainda tentamos
correr pra ver se dava pra ver a ala dos apartamentos de Napoleão, mas
não deu. Também já estava tarde pra ver a L’orangerie, o museu
impressionista que fica ali perto. Saímos, tiramos fotos naquele espaço
agradabilíssimo que fica ao redor do Louvre. Por ali há um jardim com
estátuas.
Chegamos até uma fonte bem agradável, com cadeiras pra
você se sentar. Ficamos parados um bom tempo por ali. Caminhamos mais
pelo Jardim des Tuileries até chegarmos a mais uma fonte. Andamos mais,
até que vi o monumento da Place Concorde. É lindíssimo, assim como umas
fontes que ficam por ali, de decoração egípcia.

Atravessamos
e caminhamos pela Champs Élysées. Passamos pelo Grand Palais, mas não
paramos. Seguimos pela rua e paramos em algumas lojas, em busca de
opções para presentes. Não achamos nada que nos agradasse. A rua só tem
lojas de marca e é tudo caro. É até legal de se ver, mas não curto muito
esse tipo de passeio, prefiro outras coisas. Após andarmos muuuito,
chegamos ao Arco do Triunfo. Já estávamos cansados demais para subi-lo,
de modo que só tiramos fotos dali debaixo mesmo.
Pegamos o metrô meio cheio, fizemos conexão na Bastille e assim se encerra o dia
Dicas:
-
O Louvre é enorme e por isso muita gente fala em um dia inteiro só pra
ele. De fato é enorme, mas muito tempo fazendo a mesma coisa deixa a
atividade saturada. Divida o Louvre em mais de um dia, se te interessar,
especialmente se você tiver o Paris Museum Pass. Creio que 4 horas por
dia pro Louvre estejam de bom tamanho. Recomendo também pesquisar sobre a
visita, para ir somente nos lugares que te agrada. Não dá pra ver tudo.
Na entrada há um mapinha com a localização das atrações mais populares,
é uma sugestão que seguimos por não termos tido o cuidado de pesquisar
previamente.
- Entramos pela pirâmide porque não vimos filas,
talvez pela época, mas o normal é ter filas imensas, pelos relatos, pois
esta é a entrada mais popular. Se a vontade é passar por dentro da
pirâmide, faça isso na saída. Segundo estes relatos, a melhor entrada é
pelas Galerias Richelieu, cuja entrada é acessível pela saída da estação
de metrô "Palais Royal - Musée du Louvre".
- Achamos o roteiro
deste dia bem planejado, mesmo com os imprevistos. A Champs-Elysees é
grande, mas você pode parar para descansar em alguma das inúmeras
lanchonetes no caminho. Tudo é bem linear, você não se perde e vê muita
coisa bonita entre o Louvre e a Concorde. Porém, pra quem vai subir o
Arco, não recomendo andar toda a Champs-Elysees, como fizemos. Você
chegará morto no final e ainda teria escadas pra subir.
- o
aquecimento no Louvre parece ser o mais forte de Paris. Nem pense em ir
com roupas de frio que você não pode tirá-las, use ao menos uma roupa
mais fina por baixo. Chegamos lá encasacados e no final estávamos com
apenas uma camisa.
Paris dia 5 - D'orsay, L'orangerie e passeio pelo Sena
Mortos
e destruídos, custamos a acordar. O dia era pra conhecer Versalhes, mas
acordamos tão tarde que achei melhor deixar pra outro dia. Resolvemos
mudar o roteiro inicial e fomos pro D’orsay, que estava programado para
conhecermos depois de voltarmos do Vale do Loire. Antes, paramos pra
almoçar no restaurante do museu, bem bonito.
A
comida era mais ou menos. Você pede o prato, mas só vem a carne. Na
Europa em geral é assim, se quiser ficar realmente satisfeito você tem
que pedir entrada, prato principal, que é geralmente uma carne e uma
sobremesa. Detalhe, carnes sempre mal passadas, você tem que pedir pra
vir bem passada pra poder vir razoavelmente no ponto.

O
museu estava em reforma, de modo que várias de suas obras mais
importantes estavam indisponíveis. E o esquema de segurança é
extremamente fresco, não te deixam tirar nenhuma fotinha. Mas ainda
assim gostamos inicialmente, pois havia muitas explicações sobre as
obras e os estilos, como o simbolismo, naturalismo e movimentos de curta
duração e pouco famosos, cujos nomes não me recordo agora. Mas já
estávamos saturadíssimos de arte e não ficamos muito tempo lá. Partimos
para a Loja de Lingerie, digo, L’orangerie, um mini museu impressionista
onde estão as Ninféias de Monet e otras cositas. As ninféias são até
legais, mas penso que o museu é pequeno demais para exibi-las. Você
precisa ver de longe e sempre tem um mané na frente.

No
andar inferior havia obras de outros artistas, onde pudemos ver um
quadro impressionista de Dali, dentre outros. Os fiscais estavam
determinados a não deixarem ninguém tirar fotos e já estávamos cansados
mesmo, não tiramos nenhuma. Mentira, tiramos uma, o que nos leva a
suspeitar de que temos descendência japonesa.
Caminhamos pelas
margens do Sena e atravessamos a lindíssima Pont Alexandre III, a que
considero ser a mais bonita de Paris. Decorada com estátuas e detalhes
de ouro.


Seguimos
andando até chegarmos ao ponto inicial do Bateaux Parisiens, uma das
companhias que faz o passeio de barco no Sena. Optamos por esta, pois
supostamente estava incluída a Estátua da Liberdade no passeio, o que
mais tarde vimos que não ocorreu. Vimos a Torre Eiffel de dia e nos
despedimos dela
O
passeio é bem legal e altamente recomendado. Chegamos quase na hora de
partir, de modo que ficamos na rabeira da fila. O pessoal que entrou
primeiro correu pra pegar lugar na parte de dentro, do lado da janela.
Pensei, que povo otário, dentro não dá pra tirar fotos, é bem melhor
ficar fora. Bem, otário fui eu, pois fez um frio de doer os ossos. Ao
menos valeu, pois deu pra fazer um vídeo sem janelas pra atrapalhar
http://www.youtube.com/watch?feature=pl ... CD6B8uh4K0
http://www.youtube.com/watch?feature=pl ... TUkg6wGo1I
Acabamos
resolvendo ficar na parte de dentro e pegamos um lugar meio ruim, no
meio. Não dava pra filmar, nem fotografar direito, o que nos frustrou um
pouco. 1h de passeio e chegamos. Resolvemos voltar mais cedo, pois no
dia seguinte acordaríamos cedo para ir ao Vale do Loire. Passamos pela
Maison de la Culture du Japon à Paris, pegamos o metrô e partimos.
Dicas:
-
Pra quem quiser fazer o jantar no Sena, há uma companhia que faz mais
barato, chamada "Vedettes du Pont Neuf". Você pega o barco justamente
ali, embaixo da Pont Neuf, perto da Notre Dame. Pro passeio regular,
creio que tanto faz.
- Não fique do lado de fora se estiver
fazendo frio, como fizemos. Corra para pegar um lugar na parte de
dentro, perto da janela.
Vale do Loire - Tours
Pegamos
o trem cedíssimo para a Gare du Nord, preocupados com a hora. Mas foi
moleza. Os trens em Paris saem no horário marcado, dificilmente tendo
atrasos e as plataformas aparecem no visor 20 minutos antes. Que
diferença pra Itália, onde a informação saía aleatoriamente. A viagem
foi curta, mas conseguimos dormir. Estava muuuito frio neste dia.
Chegamos
na estação e ficamos meio perdidos, pois não havia nenhuma indicação de
onde era a companhia que vendia as excursões. Pensei, fodeu. E com isso
o tempo passando, chegamos 9:10 e já sairia uma excursão 9:30. Nós, que
até aquele momento tínhamos nos virado sem precisar pedir informação,
teríamos que arriscar o francês.
E assim foi. Entrei no lugar
errado, na empresa de ônibus chamada Touraine, achando que era lá que
vendia a nossa excursão (que também tinha “touraine” no nome, a
Touraine-Evasion). Perguntei em francês se a senhora falava inglês, mas
não falava. Tive que mandar meu francês bizarro e ela explicou em
francês onde era. Deu pra entender, ufa. Era pra irmos ao escritório de
turismo, ali pertinho e assim procedemos. A funcionária do centro de
turismo era bem simpática e falava inglês, de modo que foi fácil.
Pegamos a excursão Azay Le Rideau e Villandry, de 9h30 até 12h30, numa
van que dificilmente fechava a porta. A motorista parecia saída do filme
do Blade, meio forte e grande, toda vestida de preto e tinha uma capa,
ou algo parecido.
Felizmente ela não nos mordeu, nem nos matou.
Falava um inglês perfeito e tinha um jeito meio masculino. Só havia eu,
minha esposa e duas senhoras com cara de japa. Ficamos em Azay Le
Rideau. Inicialmente não estava planejado de entrar nele, mas acabamos
entrando, pois pela excursão havia desconto. O castelo é bem pequeno e
pouco decorado. O exterior é bonito. Como primeira impressão, valeu, mas
pra quem já conhecia outros certamente se decepcionaria.

Fomos
para Villandry, onde optamos por ficarmos só nos jardins. Foi
suficiente, pois os jardins são grandes e bonitos. Na primavera o
espetáculo deve ser maior, mas no outono já estava bem bonito.

Terminamos
a excursão no centro de Tours. Fomos na estação de trem e consegui
falar o suficiente pra comprar o bilhete de ida e volta pra Chenonceau.
Felizmente fui atendido por um funcionário simpático e prestativo.
Estávamos famintos e o trem partiria em pouco mais de meia hora.
Resolvemos ir no Mc Donald’s, que era ali pertinho. Estava lotadíssimo e
bem bagunçado. Após alguma dificuldade de comunicação, consegui fazer
meu pedido e deu tempo de levarmos o lanche pro trem. Chegamos
rapidinho, em menos de 20 minutos. Diferente do que mostra o Google
Maps, a entrada pro castelo já fica quase ao lado da estação de trem.
Ficamos preocupados com a volta, pois a estação não tem quase nada,
deserta, sem nem um guichê.

O
castelo fica rodeado por um bosque bem legal. Lindas cores se formaram
entre árvores e céu. Passamos um tempo ao redor, andando na beira de um
lago e ficando um pouco num jardim.

Entramos. O castelo não é muito grande, mas é bem legal. Visitamos tudo, seguindo um mapinha que dão gratuitamente.
http://www.youtube.com/watch?feature=pl ... oTiVnW-5ek
http://www.youtube.com/watch?feature=pl ... t-q1VstSLw
Na volta, ainda conhecemos um outro jardim e um labirinto de jardim.
Na
volta o desespero pra comprar a passagem. Cadê a tal da máquina ? Nada.
Perguntamos pra uma mulher e um cara, que passavam por ali. Ela disse
que não era de lá, mas que achava que a máquina deveria estar em algum
lugar por ali. Passou mais um sujeito e ela perguntou pra ele, que
apontou onde era a bendita máquina. Tudo isso em francês, que parto.
Achamos a máquina, mas o problema não acabou. Com a estação ainda
deserta, precisávamos aprender a comprar. As instruções estavam todas em
francês. Tentamos manter a calma e li as instruções. Havia uma etapa
que não passava de jeito nenhum, até que de tanto futucar eu percebi que
o botão além de poder se apertado, também girava. Problema resolvido,
girando o botão você selecionava a opção que faltava e comprava. Após
grande sufoco, passagem na mão. Ficamos tão felizes com nossas passagens
lindas que resolvemos tirar mais fotos com elas

Fomos
fazer o check-in no hotel. A cidade estava iluminada e bonita, nos
arrependemos de deixarmos as fotos pra depois. No hotel, fomos recebidos
por uma bichoooooooona, mas daquelas bichas que juram ser quase mulher.
Fazendo caras e bocas, nos deu as instruções que precisávamos e
perguntou se pegaríamos o café da manhã do hotel, cobrado a parte. Tudo
isso em francês. Achei que ele não falava inglês e fui respondendo no
meu francês "homem das cavernas". Até que me enrolei em algo e ele falou
em inglês, aquele puto. Cansados, fomos dormir.
Dicas:
-
Há 3 formas de se conhecer o Loire: transporte público, excursões e de
carro. Com a primeira opção não é fácil visitar todos os castelos. O
acesso a dois dos principais, Chambord e Cheverny, é bem difícil dessa
maneira, pois os ônibus são pouco frequentes. Pra quem vai viajar entre
junho e agosto (se não me engano, nesse período) há um ônibus turístico
que faz este trajeto. Fora desta temporada, o ônibus passa apenas uma
vez por semana, em horários restritos. Já pra visitar Chenonceau, um dos
castelos "top 3" da região, é facílimo, como descrevi. Pegou o trem,
saltou na estação, praticamente chegou no castelo. E prestando atenção
no que eu escrevi você não terá dificuldades em voltar. Já por
excursões, você resolve tudo no centro turístico de Tours, que fica a
poucos passos da estação de trem. É cômodo e não é caro, pelo benefício
obtido, mas é corrido. De carro é a opção mais popular, há muitos
estacionamentos gratuitos, inclusive nos castelos e as estradas são
boas, não optamos por isso por questões pessoais. Dizem que o caminho
nas estradas é bonito. Nós na excursão não vimos nada de mais, talvez em
outra estrada. Há ainda a comodidade de parar onde quiser, pelo tempo
que preferir.
- os jardins de Villandry são imperdíveis,
especialmente se você vai na primavera. Nós fomos no outono e ainda
assim estava legal. Já a entrada no castelo creio que seja dispensável.
Entrar em um só pra mim é suficiente, depois fica tudo meio igual ... a
diferença básica que vimos entre Chenonceau e Azay le Rideau por dentro é
que o primeiro é mais decorado. Entre só em Chenonceau ou Cheverny e
conheça o resto por fora.
- os trens na região são confortáveis e
não se atrasam. Pode pegá-los sem se preocupar. Não vale a pena agendar
excursões em Paris para conhecer o Loire, é perda de grana. Pegue o
trem e vá pra Tours, agendá-las. Na maioria das vezes não há problemas
de que esgotem, mas há exceções, como descreverei a seguir.
Vale do Loire - Amboise
Na
manhã seguinte, tomamos o bem meia boca café da manhã do hotel e fomos
pro escritório de turismo comprar a excursão “Chambord-Cheverny”. Mas
estava completa e não havia outra igual. A funcionária ofereceu outras,
mas nenhuma contemplava os dois castelos e algumas incluíam Chenonceau,
que já havíamos conhecido e teria sido perda de tempo ver por excursão.
Frustrados, compramos a passagem de trem pra Amboise e partimos para ver
um pouco mais de Tours. Chegamos à Catedral de Saint-Gatien

Pegamos
o trem e chegamos a Amboise. Não conseguir pegar a excursão acabou
sendo o melhor que fizemos. A cidade é linda e caminhar por lá foi muito
legal.
Chegamos ao restaurante Villa Roma, onde fomos orientados
a fazer o check-in para acessar o quarto, que fica em cima dele. Fomos
atendidos por uma funcionária bem simpática e meio escrava, pois
trabalhava horrores e ainda tinha que atender a gente. O quarto era
ótimo, bonito, confortável e com uma vista legal.
Pensamos em ir a
Blois, que não estava no roteiro, mas era famosa por ser uma cidade
bonitinha. Pensei, Amboise posso conhecer no dia seguinte, antes de
voltar pra Paris. Andamos até a estação e vi que ficaria corrido ir pra
Blois e ainda por cima não sabia o horário do trem pra voltar.
Desistimos, resolvemos andar pela cidade e passear pelas margens do Rio
Loire. Creio que tenha sido um dos melhores momentos de toda a viagem.
Algo tão simples e tão legal. Sentamos na margem do rio e ficamos
conversando um bom tempo. Depois caminhamos e tiramos várias fotos dessa
paisagem pitoresca. Há mais no blog.
http://www.youtube.com/watch?feature=pl ... HEp1h8dmk0
http://www.youtube.com/watch?feature=pl ... R2l0FdmSnY


Foi
um momento bem “Antes do Amanhecer” (famoso filme), embora na verdade
fosse pouco antes do pôr do sol. Em palavras é difícil descrever o que
foi aquilo, mas as fotos ajudam um pouco. Já de noite, ainda andamos um
pouquinho ao redor do Castelo de Amboise, mas esfriou muito. Jantamos no
restaurante do hotel e fomos dormir.
Dicas:
- como você
pode ver, o Loire é mais do que um conjunto de castelos. O lugar é pra
relaxamento, andar sem pressa, admirando sua beleza. Vá a um ou dois
castelos e deixe pra conhecer o resto por fora.
- recomendo a hospedagem em Amboise, pra quem está de carro e Tours, pra quem precisa de excursão.
-
o almoço no Villa Roma achei com bom benefício pro custo apresentado,
algo inferior a 10 euros contemplando prato principal (massa), sobremesa
(Tiramisú) e bebida não alcoólica. Já o jantar é meia boca.Paris, dias 6 e 7 - Amboise, Montmartre, Ópera e compras.
O
dia seguinte era o meu aniversário. Não conseguimos acordar muito cedo.
Fomos até Clos-Lucé, antiga morada de Leonardo da Vinci, onde ele
ficava enquanto trabalhava no Castelo de Amboise. Parece que havia uma
passagem que ligava os dois lugares. Bem, não entramos, pois achei um
assalto a entrada e já estava chegando perto da hora de pegar o trem, de
modo que não haveria tempo para curtirmos muito. Cheguei a subir uma
ruazinha dali perto, onde havia um ponto de observação

http://www.youtube.com/watch?feature=pl ... t2o3iQtSUw
Pegamos
o trem, chegamos em Paris pouco mais de 2 horas depois, por volta de
15h15. Fizemos check-in novamente no hotel e fomos para o Mc Donald’s
usar o wi-fi e comer algo. Tive a péssima idéia de comprarmos logo os
presentes que faltavam e deixar pra comemorar o aniversário em outro
dia. O funcionário do hotel, que falava português, nos indicou um
shopping na Place d’Italie. Para lá fomos. Rodamos o resto do dia por lá
e conseguimos comprar o presente da minha mãe e de nosso sobrinho.
Acabou o dia :/
No dia seguinte, o bairro Ópera era o destino.
Mas antes pegamos o metrô e saltamos em Pyramides, para passar na loja
do Assimil, uma antiga rede francesa que vende cursos de idiomas em
livros. Comprei alguns com o desconto que a vendedora nos deu, bem
atenciosa. De lá, caminhamos até a Place Vendôme. Finalmente ela. Não
achamos nada de extraordinário, é basicamente um monumento no meio.
Começava a chover um pouco, de modo que tivemos que nos apressar.
Chegamos na belíssima Ópera Garnier

Andamos pela rue Saint-Honoré e chegamos à igreja Madeleine, bem bonita por fora e por dentro.

Mas
não pudemos aproveitar muito, pois mais uma vez no frio que fazia eu
tinha que ir ao banheiro. Corri pra achar um Mc Donald’s e lá fomos.
Entramos na Boulevard des Capucines e chegamos novamente à Ópera, com a
chuva começando a apertar. Infelizmente o salão principal estava fechado
por um motivo que não me recordo, de modo que mais uma vez só a vimos
por fora. Lindíssima.
Pegamos o metrô para Anvers, para
visitarmos Montmartre. A chuva já havia praticamente passado. Arredores
da estação Anvers é um lugar horroroso, cheio de gente estranha e mal
encarada. Fiquei meio paranóico ali. Seguimos pelas ruazinhas em direção
à Sacré-Coeur, que podia ser avistada dali. Achamos desnecessário pegar
o Funiculaire. Na escadaria havia uns negões sem fazer nada mexendo com
algumas pessoas que passavam, ou vendiam coisas. Acho que mexeram com a
gente, mas passamos reto e fiz que não ouvi. Subimos as escadas. Cansa,
mas nada de outro mundo.
A
Basílica é bonita por dentro e por fora, mas dentro não pode tirar
fotos. Ficam uns sujeitos lá de dentro o tempo todo dando esporro,
falando em voz alta “no photo”. É engraçado como pra eles é mais
importante não deixar tirar fotos do que preservar o silêncio de um
lugar santo. Simbolizando toda a minha discordância com esta hipocrisia,
posto aqui mais uma foto roubada
Começou
a chover de novo. Saímos rapidamente de lá e chegamos à Place du
Tertre, onde alguns artistas fazem retratos. O lugar é realmente único,
mas por outro lado a chuva e a preocupação com nossos pertences não me
fez relaxar.
Place du Tertre, quadros ao fundo

Vimos
as placas pro Museu Dali. Entramos nele. Alugamos um audioguia em
português a 3 reais. A mulher que gravou o audioguia tinha um sotaque
engraçado, meio marrento. O museu é legal, conta muito a história do
artista. Creio que ficamos 1h30 lá.
http://www.youtube.com/watch?feature=pl ... JBlp4QgGTI
Vale
a visita. O sujeito era muito criativo, não só pintava de uma forma
única, como era escultor, arquiteto e muitas outras coisas.
Começou
a chover forte e passamos dos maiores perrengues da viagem. Chegamos a
comprar uma capa chinesa vagabunda, mas foi o eu nos salvou. A chuva
aumentou e o frio ficou insuportável. Já não sentia direito meus dedos.
Caminhamos horrores em busca de uma estação de metrô e nada … deveria
ser mais fácil achar uma, é mal sinalizado. Já congelados e molhados,
chegamos à Place de Clichy, onde finalmente pegamos o metrô.
Ainda
tínhamos reserva para a Torre Eiffel às 20h. Ficamos na dúvida se valia
a pena irmos molhados e com frio, mas encaramos, com o apoio que
Luciana deu. Quase sem filas, chegamos e subimos direto para o terceiro
andar, pois o segundo era aberto e ainda estava chovendo. Lá em cima,
com o frio absurdo que fazia, pouco aproveitamos. Foi só pela
experiência de estar lá e porque a reserva tava feita. Voltamos pro
hotel.

Dicas:
-
Como se pode ver, reservar a Torre tem seus prós e contras. Não pegamos
nenhuma fila e em algumas ocasiões ela pode ser enorme. Mas demos azar
de reservar num dia chuvoso. A reserva precisa ser feita com muita
antecedência, coisa de mais de um mês antes, se você quiser pegar os
melhores horários nos dias mais disputados. A uma semana da data quase
todos os horários estão esgotados.
- A subida é algo controverso.
Vi muita gente dizendo que é imperdível e também muitos que disseram
haver vistas melhores. Nós gostamos, mas também gostamos da vista de
Notre Dame. Há ainda a do Pompidou, da Sacré-Coeur (que nem gostamos
muito), Tour Montparnasse e do Arco do Triunfo. Esta última dizem ser a
melhor, mas não subimos para conferir.
- programe bem seu tempo
para compras. É um saco, toma tempo demais. Saia do Brasil com tudo
anotado, onde e o que comprar, ou perderá tempo valioso dentro de uma
loja. E o pior, é tudo caro. Deixe pra comprar nos EUA, no Paraguai,
enfim, onde é realmente barato.
- se optar por um espetáculo na
Ópera Garnier, fique acompanhando o site com meses de antecedência, logo
assim que sair. Os ingressos mais baratos se esgotam muuito
rapidamente. A visita normal você consegue na hora, sem reserva. Só não
entramos porque no dia estava fechado.
- Visite Montmartre sem
nada de valor. Uma câmera compacta no bolso da frente creio que não haja
problemas. Foi o único lugar de Paris que não me senti seguro durante o
dia. Até mesmo em algumas estações de metrô há avisos para você não dar
mole, especialmente em Pigalle, estação de metrô que fica por ali.
-
evitamos o funicolare (o bondinho) porque achamos as escadarias
tranquilas. De fato, nada de outro mundo, se você não tem problemas
cardíacos ou algo do gênero. O problema são os desocupados que ficam por
ali intimidando quem passa. Eu não recomendo, é melhor pegar mesmo o
funicolare. Pra pegá-lo basta usar um bilhete válido de metrô.
- Montmartre em geral tem muitas ladeiras, não recomendo pra quem tem dificuldade com isso.
Estrasburgo
Foi
duro sair da cama. O trem partiria bem cedo e além de estarmos
cansados, fazia muito frio e chovia um pouco. Creio que se não fosse
pelo trem já reservado teríamos mudado de passeio. Fomos até a Gare de
L’est e pegamos o TGV, que em 2 horas depois chegou à estação. Chegamos.
E agora ? Um frio absurdooooo, um dos maiores que já peguei na vida.
Luciana, coitada, acostumada com aquele calorão do Nordeste, certamente
pegou o pior frio da vida dela. E ainda chovia ! Ficamos naquilo, sair
ou não sair, eis a questão. Após alguma indecisão, saímos, já que o trem
de volta estava reservado para 20h e ainda eram 11.
Botamos
nossa capa chinesa vagabunda, feia pra caramba e andamos. Lá na frente
estava ele, tentador, o famoso Mc Donald’s. Sinônimo de comida que
conhecemos, barata, wi-fi grátis e banheiro, lá entramos. Ficamos um
pouco esperando passar a chuva e nada. Pela janela, víamos franceses e
possivelmente alemães malucos andando sem capa, sem luva, mulheres de
saia, tudo isso num frio que deveria estar perto de 0 grau.
Após
lancharmos, criamos coragem e tentamos seguir o roteiro. Ou melhor,
tentamos seguir uma rota alternativa para chegarmos logo à La Redoute,
uma loja que venderia um sobretudo que minha irmã escolheu para ganhar
de presente. Era o equivalente ao ponto H do roteiro original, de modo
que tivemos que improvisar para começar por ele. Pegamos uma avenida que
acreditávamos ser paralela à do roteiro, de modo que não ficássemos
perdidos.
Com aquela horrível capa, sem nenhuma visão periférica e
numa avenida que não era realmente paralela, acabamos nos perdendo. Vi
pelo mapa que estávamos nos afastando bem do lugar desejado. O problema é
que o mapa do Google Maps é uma merda, pois não aparece o nome de
muitas ruas. Pegamos uma transversal e caminhamos, até chegarmos a uma
praça chamada Les Halles, onde havia um shopping. Resolvemos entrar,
para nos protegermos do frio e, quem sabe, acharmos o sobretudo da minha
irmã, com um preço mais em conta. Até achamos em duas lojas, a New Look
e a H&M, mas resolvemos não arriscar e procuramos a loja onde havia
exatamente o modelo que minha irmã queria.
Saímos de lá em
direção ao rio e vimos por acaso num mapa do lado de fora da Printemps
que a rua da loja, rue de La Haute Montée, estava ali pertinho. Andamos
por ela e não achamos a loja de jeito nenhum. Andamos, andamos, até
percebermos que a rua tinha acabado. Voltamos e numa olhada mais
minuciosa, vimos que a loja tinha fechado há pouco tempo e outra ficaria
no lugar. Tudo isso naquele frio horroroso. Mais uma vez os
desatualizados sites europeus nos pregaram peças.
Voltamos
pro tal shopping e compramos o tal sobretudo. De lá, resolvemos
finalmente passear um pouco, tentando seguir o roteiro naquilo que fosse
possível.
http://www.youtube.com/watch?feature=pl ... GNs6zXTONg
Na Place Kléber, havia um povo ouvindo essa banda estranha
http://www.youtube.com/watch?feature=pl ... yk2hAkMa04
Pela
Église du Temple Neuf, Place Broglie, Opera du Rhin (que estava
fechada), até chegarmos à Place de la Republique. Voltamos, andando em
busca da Catedral, mas confiando apenas no senso de direção pelas
referências (rio, o topo da igreja ao fundo, que acreditávamos ser a
catedral), pois estava complicado nos orientarmos pelo mapa do Google
Maps.


Até
chegarmos à bendita Catedrale Notre-Dame. Entramos. Lindíssima por
dentro. Lá dentro há o relógio astronômico, que entra em funcionamento
por volta de meio dia. No nosso roteiro inicial estava incluída vê-lo
funcionando, mas com o frio e a chuva que fez, tivemos que alterá-lo.

http://www.youtube.com/watch?feature=pl ... zXhgCkVatQ
Saímos e caminhamos pela cidade

http://www.youtube.com/watch?feature=pl ... AlKVdkm3Zc
Já
sem chuva, estávamos nos apaixonando pela cidade e tivemos vontade de
fazer o passeio de barco. Mas nosso tempo estava acabando e fomos em
direção à estação. Não foi fácil. Tudo escuro, tive que confiar mais uma
vez no senso de direção e me guiar pelas referências, mas cheguei a ter
que parar pra perguntar. Os moradores foram muito simpáticos e deram
todas as referências, mas somente em francês. Quase congelados,
finalmente chegamos à estação e pegamos nosso trem de volta para Paris.
Dicas:
-
reservando com antecedência sai muito mais barato. É possível fazê-lo
com 3 meses de antecedência, se não me engano. Mesmo esquema, entre no
site da SCNF em francês. A cidade é fácil de se conhecer numa daytrip.
Tentamos fazer o roteiro dele: http://wazari.wordpress.com/2009/10/07/estrasburgo/ mas só conseguimos parcialmente. Recomendo segui-lo.
-
o lugar é frio mesmo. Parece que há decoração de natal lá, mas só
recomendo ir no inverno se você gosta e tolera bem frio. Caso contrário,
vá no verão.
- leve um mapa detalhadíssimo, pois não é muito bem
sinalizado. A cidade parece pouco turística, acho que de toda a nossa
viagem foi o lugar onde vimos menos turistas.
- não sei se foi
azar nosso, mas à exceção de alguns poucos vendedores, ninguém falava
inglês. Tivemos que nos virar com o francês, de modo que é bom anotar ao
menos frases básicas. Leve papel e caneta, de modo que a pessoa poderá
escrever se você não entender o que ela disse. Todos que pedimos
informações foram muito bem receptivos.
Paris dia 8 - mais compras e a despedida.
Mais
um retorno a Paris e mais uma vez havia compras a se fazer. Pela manhã,
fomos até a Republique comprar uma mala para colocarmos alguns dos
presentes comprados.

Fizemos
um lanche e de lá fomos até a Rue de Rivoli procurar a H&M e a New
Look. A primeira foi fácil de achar. A segunda ficava num tal Forum des
Halles, mas o Google Maps dizia que ficava na Place de L’Hotel de Ville.
Bem, o lugar estava totalmente errado e penamos pra encontrar. Uma
senhora simpática nos viu com cara de perdidos e nos deu orientação do
local verdadeiro. Seguimos.
Próximo ao local, o Forum des Halles,
mais confusão. As poucas placas existentes apontavam em direções
opostas (!!!). E o lugar era meio feio. Após rodarmos um pouco,
finalmente achamos a bendita loja. Após fazermos as compras, já era bem
tarde. Só havia tempo para deixarmos as compras na mala, na sala de
bagagens do hotel e voltar para passearmos um pouco pela cidade e,
principalmente, deixarmos nosso cadeado na ponte, como manda a tradição
dos casais que visitam Paris.
Chegamos finalmente à Pont de
l’Archevêché, escolhida para abrigar nosso cadeado. Perto da bela
Catedral de Notre-Dame, pequena e não tão badalada quanto as outras, mas
com seu próprio charme. Ali deixamos nossa lembrança e nos despedimos
de Paris, para voltarmos ao Brasil.


Dicas:
-
Notre Dame tem uma beleza especial vista de noite, como você pode ver
pelas fotos. Vale a pena visitar de dia e de noite, se seu tempo não
estiver muito curto.
Epílogo
Pegamos
nossas malas no hotel e pegamos o RER C, saltando novamente em
Saint-Michel, onde pegamos o RER B. O trem estava lotado ! Quase não
conseguimos entrar. Uma gordona entrou atrasada, deu uma ombrada na
gente para poder entrar no vagão e quase nos jogou longe, rs. Pior de
tudo, a FDP pegou o trem no sentido errado ! Saltou em seguida. Por
sorte saímos logo daquela lata de sardinha, pois em vez de irmos até
Antoine pegar o Orlyval, o trem automático que leva ao aeroporto Orly,
resolvemos saltar em Denfert-Rochereau, onde pegamos o Orlybus, ônibus
que leva ao mesmo aeroporto.
Foi o melhor que fizemos, pois o
ônibus partiu vazio e havia muito espaço para deixarmos as malas.
Chegamos bem rápido, em menos de 15 minutos. O aeroporto é enorme e não
havia muita sinalização, de modo que estávamos no setor errado (a TAP
partia do setor oeste e estávamos no setor sul). Não havia nenhuma
indicação, fomos para o sul na sorte, ao pegarmos o Orlyval. Para ir do
sul ao oeste o trem é de graça.
Bem, o aeroporto estava deserto.
Nosso vôo era só 8 da manhã. Descobrimos que não existem vôos de
madrugada. Pior de tudo, começamos a ficar com fome e praticamente não
havia o que comer, tudo fechado. Conseguimos comprar um refrigerante e
um biscoito numa máquina. Por sorte tínhamos moedas, pois só se aceita
este tipo de pagamento.
Foram longas horas de espera no saguão do
aeroporto. Dormimos um pouco, mas passamos a maior parte do tempo
acordados. Fizemos o check-in e entramos no avião, que partiu de Paris
para Porto. O vôo foi bem tranquilo, mal dormimos e já acordamos.
O
aeroporto de Porto (que cacofônico, hehe) é bem moderno, gostamos.
Colocamos o formulário do Tax Free, que é um reembolso de impostos (12 %
do valor do produto) que a Europa dá a turistas que gastam numa mesma
compra mais de 170 euros, o que ocorreu no caso da câmera. Após mais uma
fila inútil que a TAP criou, chamando passageiros muito antes do
horário de embarque e demorando séculos para conferir documentação,
finalmente embarcamos.
Viemos no pior vôo de nossas vidas. A
maioria era de portugueses, visitando o Rio de Janeiro. Infelizmente
esse povo não é chegado a higiene e o mau cheiro era horroroso. Não é
exagero. As pessoas tinham um bafo horrível, que dava para sentir à
distância e foi assim a viagem toda, pois não calavam a boca. Pra
piorar, foi um vôo longo (10 horas) em que mal conseguimos dormir e
ainda pegamos uma turbulência muito sinistra no final, o que levou a uma
salva de palmas para o piloto quando ele pousou, hahaha.
Chegamos
bem tarde no Rio e levamos uma eternidade para pegarmos nossas malas,
algo em torno de 1h já descontado o tempo para passar na imigração.
No
dia seguinte, resolvemos matar a saudade da tradicional comida
brasileira. Fomos num bom restaurante aqui de perto, meio com cara de
boteco, mas com uma comida excelente. Arroz, feijão e churrasco com
fritas. Comemos como animais, sentindo um prazer que há muito não
sentíamos. Definitivamente em matéria de culinária a Europa não deixou
saudade.
Foi uma experiência interessante e passamos um tempo bem
agradável em nossa viagem. É como eu costumo dizer para as pessoas que
perguntam, os 28 dias de viagem parecem ter sido um tempo bom. Menos do
que isso, ficaríamos com sensação de “quero mais”. Mais, já estaríamos
cansados demais.
Vemos o velho continente com seus prós e
contras, sem aquela aura de mágica que alguns insistem em se iludir. Os
meios de transporte são muito melhores e quase tudo tem horário, até
mesmo em cidades do interior. Lá existem muitos furtos e golpes, mas
dificilmente você se sente ameaçado de violência. Parece haver menos
impunidade, o que leva a interpretação errada de que os europeus parecem
muito mais educados do que nós. Bem, de fato se cumpre mais os
protocolos de polidez, mas é como já falei ao longo do blog, isto se
deve mais a uma mecânica rígida desenvolvida com o tempo do que uma
maior empatia. Os europeus podem ser mais egoístas e golpistas do que
nós. Na verdade, acredito até que sejam. Fora da vigilância social, você
vê pessoas tentando passar a perna, mal educadas e antipáticas. Aqui no
Brasil os turistas são muito mais bem recebidos, afinal, o bom
anfitrião quer receber bem seus convidados em agradecimento por terem
vindo de tão longe prestigiar a nossa terra e o nosso povo.
A
comida é outro ponto negativo. Tão bem falada, talvez seja maravilhosa
para quem tem muito dinheiro. Mas para quem quer fazer refeições
econômicas, definitivamente se come muito melhor no Brasil com 20 reais
do que com 20 euros na Europa. E olha que estou desconsiderando o câmbio
desfavorável. As comidas aqui são muito mais bem servidas e temperadas.
Sentimos
muita falta da bela arquitetura europeia, seus museus fantásticos e sua
natureza bem preservada. É ótimo ver um rio limpo e não ver lixo jogado
por aí. Até vimos na Itália, mas na França o cuidado é maior. Uma pena
que no Brasil em geral a arquitetura seja tão utilitária, agindo a
construção apenas com o propósito de habitação, não como um lugar belo
para se viver e admirar, de modo que o prazer de andar sem rumo por aqui
não é o mesmo.
Enfim, a viagem serviu para curtirmos um ótimo
momento num lugar de cultura diferente, paisagens diferentes, mas também
para valorizarmos aquilo que temos de bom por aqui. O saldo final é
muito positivo e mal podemos esperar para voltarmos, dessa vez para
outros países. Só falta a oportunidade aparecer.